Mais de sete mil famílias de agricultores, atendidos por projetos de reforma agrária em Marabá e Itupiranga, sudeste do Pará, recebem até o próximo dia 28, capacitações em bovinocultura, manejo de solos e processamento de frutas. Os cursos, com oito horas de duração, são ministrados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), que atende aos pré-requisitos estabelecidos pela Chamada Pública aberta para prestar assistência técnica e extensão rural em Projetos de Assentamento (PA).
Na próxima sexta-feira, 22, um grupo de 30 agricultores do PA Santa Rita de Itacaúnas, em Marabá, aprendem sobre manejo de pastagem, sanidade do rebanho, melhoramento genético, alimentação alternativa para bovino de leite e calendário de vacinação. A demanda foi levantada durante a realização do Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA).
O curso trabalha os agricultores para a identificação de raças bovinas adequadas para o leite, bem como para a adoção de tecnologias na criação. Segundo a médica veterinária da Emater, Iale da Glória, entre os principais problemas identificados junto aos assentados está a criação de raças mestiças, de onde as famílias retiram o leite e a carne para a comercialização. Além disso, os bovinos são criados de forma extensiva, prejudicando o solo. ‘A forma utilizada pelos assentados não oferece o retorno financeiro esperado pelas famílias’, explica.
A orientação da Emater é para a criação de raças rústicas e adaptadas ao clima da região, a exemplo do girolando, e para a importância da mineralização na alimentação, que ajuda na fertilidade do animal e na precocidade da reprodução. Os alimentos que contém o sal mineral ajudam na produção de leite e carne do animal.
Durante as capacitações, a Emater estimula os agricultores à produção de reserva energética e alimentação para o gado. Devido ao longo período de estiagem na região, o gado chega a morrer de fome. “Um composto de cana de açúcar com ureia é uma das possibilidades de alimento, e o preparo pode durar até um ano em estoque”, disse a veterinária. (Iolanda Lopes)




