Em Dom Eliseu, no nordeste do Pará, as leis de trânsito também não são cumpridas. Os próprios motoristas decidem a direção das vias. Nas ruas da cidade, a disputa por espaço se torna cada vez mais perigosa. Motoristas, pedestres e motociclistas enfrentam diariamente o trânsito desordenado.
“Tem muitas ruas que a gente entra e não sabe qual é a mão. A gente sabe que essa rua é mão porque foi estabelecido pela população, mas tem ruas que a gente não sabe”, conta o dentista Gustavo Silveira.
As cenas de imprudência estão por toda parte. Adolescentes pilotam tranquilamente as motos de chinelos, sem capacetes e placas e nem retrovisores nos veículos. Na cidade, a maioria das pessoas ignora os itens de segurança e as regras de trânsito.
“Eu to andando assim errada, que eu sei que não pode”, afirma a dona de casa Ivone Gomes, que andava pelas ruas sem capacete e sem ter a Carteira Nacional de Habilitação.
Um homem foi flagrado pela reportagem levando três crianças na moto. Ninguém estava usando capacete. Na rodovia Belém – Brasília, que passa por dentro da cidade, o problema se repete, não há fiscalização. Os pedestres não têm escolha e se arriscam em uma travessia perigosa entre os veículos.
De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito, a frota de motos em Dom Eliseu já ultrapassou os 4 mil. A maioria das motos circula de forma irregular pelas ruas e causa inúmeros acidentes. Somente em janeiro de 2013, o hospital municipal da cidade informou que foram atendidos mais de 20 motociclistas envolvidos em acidente de trânsito.
Segundo o Detran local, não há uma fiscalização permanente na cidade. A população reclama da falta de orientação e sinalização nas ruas, mas usam a ausência delas como desculpa para não seguir as regras de circulação no trânsito.
“Por que eu vou seguir uma lei se não tem lei?”, diz o pedreiro Cristóval Rodrigues.
O trânsito já está municipalizado há 10 anos em Dom Eliseu, mas falta pessoal para atuar na fiscalização. A prefeitura do município informou que já está programado um concurso público para contratação de agentes de trânsito ainda em 2013. (G1)




