Realizada na tarde desta terça-feira (14), no auditório do Fórum Henrique de La Rocque, audiência pública para discutir a violência em Imperatriz. A reunião foi convocada pelo juiz e diretor do Fórum, Adolfo Pires Fonseca, e justificada pela grande quantidade de homicídios que tem acontecido na cidade nos primeiros 45 dias de 2012. Já foram 27 assassinatos, em menos de dois meses.
Estiveram presentes o comandante interino do 3º Batalhão de Polícia Militar de Imperatriz, o Major Antonio Ricardo Ventura, o delegado regional Francisco de Assis Andrade Ramos, o prefeito municipal Sebastião Torres Madeira, o presidente da subsessão de Imperatriz da OAB, Vandir Junior, além de representantes da sociedade civil organizada, vereadores, membros do Poder Judiciário, entre outros.
Segundo o juiz Adolfo Pires, a audiência tem o objetivo de tornar público os anseios da sociedade e revelar os principais problemas que envolvem a segurança pública da segunda maior cidade do estado. “Nós precisamos debater com autoridades de segurança e com a sociedade de Imperatriz e saber quais as suas reclamações, quais suas aflições, o que elas pretendem da segurança pública e o que o comando tem para nos informar”, justificou.
Nesta segunda-feira (13), o secretário de Segurança Pública, Aluisio Mendes, o comandante geral da Polícia Militar no Estado, Franklin Pacheco, entre outras autoridades, estiveram reunidos no fórum em discussões para frear a violência na cidade. Dentre os frutos da reunião, Adolfo Pires adiantou que imediatamente a Secretaria de Segurança promoverá a integração de mais quatro delegados ao quadro da Polícia Civil da cidade, a instalação de uma delegacia especifica para criança e adolescente infrator, além de um sistema de monitoramento similar ao que tem sido implantado na capital do estado.
Na audiência desta terça-feira foram abordados problema como a desproporcionalidade dos delegados por município. Neste caso foi frisado o exemplo da cidade de Timon, que conta com 17 delegados, enquanto Imperatriz, maior econômica e territorialmente, possui apenas dez delegados. O combate à poluição sonora, presos acomodados na Delegacia Regional, o atraso nas obras dos presídios e a falta de capacitação dos agentes civis, também foram discutidos na audiência.
O funcionamento dos bares após as 2 horas da manhã, em desacordo com o código de postura do município, gerou um inflamado discurso da juíza aposentada Maria da Graças sobre um estabelecimento que funciona próximo a sua residência. Segundo a juíza, apenas as 5h30 a casa noturna desliga os aparelhos de sonorização. O ponto forte da reclamação foi a omissão da PM em cumprir a lei. Ao fim do discurso, ela alegou temer pela própria vida e afirmou que pedirá proteção judicial.
“A iniciativa de fazer audiências como essas é bastante louvável, mas nós temos que sair das audiências e partir para a prática, cobrar, através de ações judiciais, o cumprimento das leis”, protestou o presidente da subsessão da OBA, Vandir Junior.
Ao final da audiência, todos os temas discutidos foram relatados numa carta que será divulgada e encaminhada à SSP para que sejam tomadas as medidas cabíveis. (Ronie Petterson-Correio Popular)




