“Temos que acabar com esse assalto legalizado a milhões de brasileiros. Essa CPI deverá dar um freio nessa ganância dos bancos e das operadoras de cartões de crédito”. A declaração é do senador Ataídes Oliveira (PSDB/TO), que assumiu nesta terça-feira (17) a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar as taxas abusivas cobradas pelos cartões de crédito no Brasil – em dezembro de 2017 os juros do rotativo ficaram, em média, em 334,6% ao ano.
A CPI foi proposta pelo próprio senador Ataídes, que, em maio do ano passado, já havia promovido uma audiência pública sobre o assunto na Comissão de Transparência, Fiscalização e Defesa do Consumidor. Na reunião de instalação da CPI, o parlamentar lembrou que em 2016 as operadoras chegaram a cobrar, em média, 494% ao ano de juros do rotativo, enquanto a taxa básica da economia, a Selic, girava em torno de 14,25%.
Cartel
Ataídes ressaltou que os juros anuais dos cartões não acompanharam, nem de longe, a queda da inflação e a redução de mais de 50% da Selic, hoje em 6,5%. “O fato é que os bancos têm se recusado a repassar a queda da Selic ao consumidor, aumentando em muitos as suas margens de ganho financeiro”, criticou o senador, que também denunciou a concentração no mercado de cartões e a existência de um cartel no mercado financeiro, o que contribuiria, de forma decisiva, para uma taxa tão alta de juros.
Num estudo detalhado apresentado na reunião de instalação da CPI, o presidente do PSDB/TO informou que as duas maiores bandeiras, a Visa e a MasterCard, respondem juntas por mais de 90% das transações com cartões de crédito no Brasil. No segmento de bancos emissores, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Itaú concentram cerca de 70% das emissões dos cartões.




