Foi divulgada nesta segunda-feira (16), a decisão judicial que condenou um delegado por tortura à menores de idade em São João de Pirabas, nordeste do Pará. O réu terá que cumprir uma pena de 10 anos em regime fechado. O caso já tramitava na Justiça há mais de dez anos, desde março de 2000, quando o crime foi registrado.
De acordo com o Ministério Público do Pará (MPE), à época do crime, as vítimas da agressão tinham 12 e 11 anos de idade. Os adolescentes teriam sido retirados da escola por três policiais militares, e encaminhados à delegacia do município, sob acusação de terem furtado uma carteira.
Já na delegacia, segundo o MPE, as vítimas teriam sido agredidas com socos, chutes e tapas. Depois, foram levados até um posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), onde teriam sido obrigados a confessar o furto.
Reconduzidos à delegacia, um dos adolescentes teria alegado que o delegado de plantão viu todas as agressões e inclusive teria dado vários tapas nos rostos das vítimas, ainda insistindo para que os jovens confessassem o crime. Uma das vítimas teria recebido uma coronhada e ameaça de morte por um policial.
O MPE afirma ainda que, segundo as declarações de uma das vítimas, após a sessão de tortura os adolescentes foram levados ao hospital para fazerem curativos nas lesões.
De acordo com a Promotoria de Justiça de São João de Pirabas ainda falta serem condenados os demais envolvidos, que tiveram processos de julgamentos separados, por não terem sido localizados.
