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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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Das 1.914 escolas, só 222 têm atendimento especial

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Ser diferente é normal também na educação. Mas dados do último Cadastro Escolar, do Instituto Nacional de Estados e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram que das 1.914 unidades cadastradas em 2010, apenas 222 ofereciam atendimento educacional especializado, mas não exclusivamente, ou seja, 11% das unidades de ensino. Apenas 342, 17%, tinham sanitário adequado a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida e 286, 14% das escolas, tinham dependências e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida. Em 2011, segundo o Censo da Educação Especial, havia 519 alunos matriculados na educação infantil, 8.274, no ensino fundamental, 471, no ensino médio e 321, na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Segundo a professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT), mestre e doutora em educação, com ênfase em processos educacionais e com tese intitulada Higienizar, reabilitar e normalizar a constituição da escola especial, Cristiane de Quadros, a inclusão na educação não está sendo feita de forma organizada para que as crianças com deficiência possam ter de imediato o atendimento. “O que a gente percebe é que tem que quebrar calçada para ter acesso, tem que quebrar uma porta de sala de aula, porque as escolas não foram feitas com as medidas exigidas. Primeiro espera o aluno ir para o contexto, para depois ser feita a adaptação”, avalia. Segundo Cristiane de Quadros, há boas iniciativas tanto no município quanto no Estado. “Mas é preciso ampliar e ser oferecidas condições para que todos os centros de educação infantil tenham atendimento de intervenção precoce”, explica.

Vertentes

De acordo com a professora, há duas vertentes relacionadas à educação especial: inclusionismo total e inclusão. “No inclusionismo total, pesquisadores da educação especial entendiam que a criança tinha que, a qualquer custo, estar inserida dentro do processo regular, estando com outras crianças que não tivessem a mesma deficiência para conviver e ser estimulada”, explica, acrescentando que a criança vai para a escola independentemente do resultado da aprendizagem.

Já a inclusão, defendida por Cristiane de Quadros, é a perspectiva da inclusão consciente e com qualidade. “A criança tem que ter condições de acesso e permanência. E essa permanência, a ela tem que ser garantida a qualidade na aprendizagem”, detalha, ressaltando que a convivência com crianças que tenham experiências diferentes da portadora de necessidade especial vai trazer benefício, mas não significa que o processo de inclusão irá proporcionar a melhor situação para criança. “Mas pode haver criança que ao invés de responder positivamente vai ficar no cantinho da sala, se ela não tiver o atendimento adequado, se o professor não tiver um respaldo de um professor auxiliar e também do atendimento especializado que hoje é um direito”, enumera.

A professora ressalta que não se deve confundir o atendimento especializado, que é a sala de apoio pedagógico, com o reforço escolar. “Esse atendimento especializado, por exemplo, é para atendimento a uma pessoa cega com ensino do braile, à criança com paralisia cerebral para que ela tenha uma linguagem adaptada e recursos adaptados”, exemplifica.

Formação

Para a professora, a oferta de formação ainda é pequena para a necessidade que o Estado tem. “Para que ocorra de fato a inclusão, nós precisamos nos adaptar com mais celeridade, rapidez, com mais qualidade de vida e aprendizagem. O que se observa é que nós não temos um nível de aprendizagem que deveríamos ter”, avalia.

 Segundo Cristiane de Quadros, a realidade do Tocantins é diferenciada dos estados do Sul e Sudeste. “Em uma escola do Paraná, por exemplo, onde eu me formei, tem intérprete de língua de sinais na escola. Já há monitores que acompanham os alunos com deficiência dentro da universidade e dentro das escolas”, exemplifica, acrescentando que já trabalhou no Paraná com portadores de necessidades especiais. Segundo ela, a região se destaca em termos de especialização e de atendimento, mas é mais resistente ao processo de inclusão, justamente por entender que a estrutura física e os recursos humanos das escolas ainda não são suficientes para dar atendimento com qualidade. “Nossa região (Tocantins), ao contrário, se destaca, porque inicia o projeto de inclusão de uma forma, ainda que tentando ajustar durante o percurso, mas tentando fazer”, analisa. (Jornal do Tocantins)

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