Enquanto o Brasil era levado pela onda de festa trazida pela Copa do Mundo, o mercado de trabalho passava por mais um mês difícil. O país registrou abertura de apenas 25.363 vagas formais em junho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira. O número é 79,5% inferior ao registrado no mesmo mês de 2013 e está abaixo da mediana das expectativas dos analistas consultados pela Reuters, que estimavam a criação de 82 mil vagas. Em maio, foram criados 58.836 postos com carteira assinada — o pior resultado para o período desde 1992. Já a cifra de junho é a pior para o mês dos últimos dezesseis anos, quando foram criados 18.097 empregos com carteira assinada. O saldo é resultado de 1.639.407 admissões e de 1.614.044 demissões.
No acumulado do ano, a criação líquida de empregos formais foi de 588.671 vagas, o pior resultado desde o primeiro semestre de 2009 e 29% abaixo do que foi registrado no mesmo período de 2013. A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE. Após esse período, há um ajuste da série histórica, quando as empregadoras enviam as informações atualizadas para o governo.
A indústria de transformação respondeu pela maior quantidade de demissões líquidas em junho, com o fechamento de 28.553 vagas. Foi o terceiro mês consecutivo de desligamentos, segundo o Caged. Os doze segmentos industriais pesquisados demitiram. O pior resultado foi o da indústria de material para transportes, com 5.542 demissões, seguido pelas metalúrgicas (4.161) e mecânicas (3.957). Os três segmentos estão fortemente relacionados ao setor automotivo, que enfrenta contração, com queda de 33% na produção durante o mês de junho. Já as vendas de automóveis recuaram 17,23% no período.
O setor de construção civil também demitiu 12.401 trabalhadores em junho, enquanto o comércio apresentou saldo negativo de 7.070 vagas. Já a agricultura foi o setor que respondeu em pela maior geração de vagas no período, com 40.818 contratações. Em seguida, ficou o setor de serviços, com 31.143 postos de trabalhados gerados. (Veja oline).