Ontem à tarde, em Araguaína representantes dos barqueiros, barraqueiros e pescadores de Babaçulândia (a 446 quilômetros da Capital, também no Norte do Tocantins), se reuniram com o Consórcio Estreito Energia (Ceste), responsável pela construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Estreito, e com técnicos da CNEC Engenharia, empresa que assina o Relatório de Impactos Ambientais (Rima) do empreendimento.
Segundo os impactados pela obra, o Ceste estaria descumprindo acordos e cavando valas na região para enterrar os troncos das árvores retiradas no lado maranhense. Eles cobraram do consórcio indenização para os profissionais que serão afetados pelo reservatório ou a concretização dos planos de negócios de cada atingido. O Ceste afirmou que a indenização com dinheiro é inviável, já que as profissões ligadas ao rio não devem acabar. “Isso não está previsto nos estudos”, ponderam os gerente de Projetos Econômicos e de Relações Institucionais, respectivamente Cassandra Gelsomino e Isac Braz Cunha.
O Ceste afirmou que a CNEC pretende analisar os planos de negócios individualmente. Não convenceu os impactados, que continuaram afirmando estarem sendo lesados. “O Rima foi feito em escritórios. Praia artificial em uma cidade com 10 mil habitantes não vai ter fluxo para funcionar o ano todo”, criticou o presidente da Associação dos Barraqueiros, Adelsimon Oliveira. “Já houve o desvio do rio e nos últimos meses não conseguimos capturar peixes, porque os cardumes não sobem mais”, disse o presidente da Colônia de Pescadores, Adriano Rodrigues. (Weberson Dias – JT)