O PMDB referendou ontem, segunda-feira, 5, por meio de convenção na sede de seu Diretório Estadual, o nome do governador interino, Carlos Gaguim, para concorrer às eleições indiretas que ocorrerão na próxima quinta-feira. Gaguim disputou a indicação sozinho, pois o ex-prefeito de Palmas, Derval de Paiva, renunciou à candidatura de sua chapa ainda no domingo, em carta encaminhada ao presidente regional da sigla, deputado federal Osvaldo Reis. Dos 197 convencionais com direito a voto, 169 votaram. No total, Gaguim obteve 190 dos 192 votos – dois votos foram em branco. Alguns convencionais tinham direito a mais de um voto, como Iderval Silva, que é deputado estadual e líder da legenda na Assembléia Legislativa (AL).
Carlos Gaguim chegou para votar acompanhado do governador cassado, Marcelo Miranda (PMDB) e do senador João Ribeiro (PR). “Estou preparado, estou pronto para governar esse Estado”, discursou Gaguim após votar. Antes da votação, o peemedebista falou que a renúncia de Derval de Paiva chegou com muita tranquilidade. “O companheiro sentiu que era uma unidade do PMDB e dos partidos que compõem essa grande coalizão, agradecemos por ele ter retirado sua candidatura”, disse o governador interino sobre o peemedebista que não foi votar. Marcelo Miranda afirmou que era favorável à escolha de Gaguim para o mandato tampão e também da coligação com o PDT, que indicou o nome do ex-secretário estadual de Indústria e Comércio Eduardo Machado.
Sobre a renúncia de Derval de Paiva – que já havia admitido ser difícil a eleição pelos deputados estaduais, mesmo passando na convenção -, Marcelo Miranda disse que o correligionário é um homem “valente” da política tocantinense, que tem história e luta na sigla. Durante homologação das chapas de Derval e Gaguim, na semana passada, houve um acirramento de ânimos por causa da candidatura de Derval.
Críticas
Ao lado de Marcelo Miranda, João Ribeiro, deputados estaduais do PMDB e de outros partidos, o governador interino ressaltou a coalizão com o PR e demais siglas e fez críticas à bancada federal tocantinense que faz oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Quero estar lado a lado com a bancada federal que quer o desenvolvimento do Tocantins, não a bancada federal que fica xingando, atacando o nosso presidente da República, inviabilizando verbas para os municípios”, disse, sem citar nomes. Gaguim frisou que sua administração somente será possível com o apoio de deputados estaduais, federais, dos senadores e dos prefeitos.
Ele – que é o candidato com preferência entres os deputados – criticou a senadora Kátia Abreu (DEM), que ontem participou de uma convenção sobre as eleições indiretas, na qual foi anunciada que a sigla vai mover um Recurso Contra Expedição de Diploma (Rced) assim que for confirmada a vitória de Carlos Gaguim na AL. “Fiquei sabendo hoje (ontem) que a oposição, que a senadora Kátia Abreu iria entrar na Justiça contra nossa eleição. Vou pedir ao povo do Tocantins que olhe bem para esses políticos que só ficam xingando. Eu não vou xingá-la porque eu ajudei muito aquela senadora. Isso o que ela está querendo fazer comigo, vamos fazer o contrário”.
Recentemente, três deputados estaduais (Cesar Halum, Angelo Agnolin e Paulo Roberto) e uma deputada federal (Nilmar Ruiz) deixaram o DEM porque a sigla decidiu, entre outros motivos, não apoiar o governo interino de Carlos Gaguim. (Jornal do Tocantins – Nádia Sousa)




