Após reunir-se com secretários no início da manhã de ontem, o governador interino Mauro Carlesse (PHS) disse que encontrou uma situação caótica nas contas do Estado e se mostrou preocupado com as condições para honrar compromissos com o servidor público.
“Não posso dizer que ele – ex-governador Marcelo Miranda (MDB) – não deixou dinheiro em caixa, mas o que ficou é muito menos do que daria para fazer a folha. Mas, estamos resolvendo a situação”, afirmou Carlesse.
Em nota, o governador cassado, Marcelo Miranda (MDB) disse ter estranhado a declaração. “ Dadas as circunstâncias econômicas atuais, a composição da folha de pagamento do Executivo Estadual inclui, além de recursos da arrecadação própria, parte dos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE), pagas nos dias 10, 20 e 30 de cada mês. Portanto, ainda temos duas parcelas a serem recebidas, dia 30/03 e dia 10/04 para compor o montante da folha”.
Sobre possíveis exonerações, o governador explicou que o Tocantins está atualmente desenquadrado em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas garantiu que não há necessidade para alarmes. “Temos que ter bom senso. Sei que as pessoas precisam de trabalho e aquelas que realmente trabalham devem ter seus lugares garantidos. Agora os que querem só a vaga precisam entender que o Estado não pode pensar só em fazer política”, ponderou.
Em relação a quem irá assumir a Secretaria da Saúde, o governador disse que tem três nomes sendo avaliados. “Precisamos colocar uma pessoa que conheça a situação da saúde, que é complexa. Mas entre hoje e amanhã vamos decidir quem assume a pasta”, disse ele, acrescentando que a nomeação não será política, mas atenderá ao perfil técnico.
Sobre intenção de concorrer ao governo do Estado, tanto na eleição suplementar, quanto na regular, Carlesse disse que o cenário mudou uma vez que assumiu o governo interinamente. governador ainda queixou-se de não ter acontecido transição. “Até agora não conseguimos muitas informações e acredito que seria obrigação da equipe anterior estar aqui, para que pudéssemos dar continuidade aos trabalhos” enfatizou.
Ao lembrar do pouco tempo após a cassação, Marcelo informou que determinou que todos os auxiliares diretos fizessem o balanço de suas pastas para governo interino.
Sobre afirmação do prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB) de que o reajuste autorizado para o transporte público da Capital não seria repassado à população caso o governo estadual isentasse o ICMS, Carlesse afirmou que terá que estudar a condição, mas afirmou ser contra qualquer aumento repassado para a população, dada a situação econômica atual. “Enquanto deputado, colocamos a meia passagem para os estudantes e agora vamos fazer cumprir a lei. Mas para subsidiar a passagem do transporte público em Palmas precisamos fazer um estudo”, afirmou.




