A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) está planejando a retomada das aulas na rede pública estadual de ensino, a partir desta segunda-feira, 27, na Região Metropolitana de Belém e demais regiões do interior do Estado. A estratégia anunciada pela Seduc na última sexta-feira, 24, é de contratar professores temporários para substituir os professores em greve há mais de 30 dias.
Atualmente, 1.054 escolas atendem cerca de 700 mil estudantes, no sistema de ensino estadual. “Estamos contratando professores para a retomada do ano letivo. As escolas estão, inclusive, com merenda escolar garantida. Então, é importante que o aluno já se encaminhe direto para a escola na segunda-feira”, afirmou a secretária Ana Cláudia Hage.
O ano letivo da rede pública foi iniciado no dia 9 de março e interrompido no dia 25 do mesmo mês, em virtude da deflagração do movimento grevista dos professores estaduais. Na semana passada, a Justiça chegou a declarar a abusividade da greve dos professores.
Em reunião na última quinta-feira, 23, a Seduc propôs aumentar para 70 horas aulas suplementares a jornada, que chega a 284 horas por mês, para que a remuneração inicial do professor fique em R$ 5.525,54, com capacidade para chegar a R$ 8.840,10, quando acrescidas de vantagens pessoais.
“O sindicato insiste em querer manter cargas horárias superiores a 300 e até mesmo 400 horas por mês, o que gera uma jornada diária, no mínimo, acima de doze horas de trabalho. Isso não é bom para o profissional e é ainda pior para o aluno, que certamente terá um rendimento do professor em sala de aula abaixo do esperado”, explicou o titular da Seduc, Helenilson Pontes.
Reivindicações
A greve dos professores do Pará começou no dia 25 de março e teve adesão de profissionais em mais de 100 municípios do Pará, de acordo com o Sindicato. Os grevistas reivindicam pagamento do piso salarial que, segundo eles, não ocorre desde janeiro de 2015. Os professores pedem ainda reajuste do vale-alimentação e melhorias, como a realização de obras de reforma e construção de mais escolas em Belém e no interior. Eles também estão insatisfeitos com a retirada da carga horária e redução salarial, além do não cumprimento do acordo de concurso público e plano de carreira unificado.




