
Durante encontro realizado em Augustinópolis, mulheres quebradeiras de coco e organizações sociais do Bico do Papagaio apresentaram uma carta que reivindica a regularização da Reserva Extrativista (Resex). O documento foi entregue no âmbito do projeto Defensorias nos Babaçuais – Acesso à Justiça e Defesa dos Direitos das Mulheres Quebradeiras de Coco, promovido pela Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), em parceria com instituições estaduais e nacionais.
A carta enfatiza que a Resex representa “uma conquista histórica da luta das quebradeiras de coco babaçu”, destacando seu papel essencial na preservação da sociobiodiversidade e na proteção dos modos de vida das comunidades tradicionais. No texto, as lideranças reforçam que a sobrevivência das quebradeiras depende diretamente da conservação dos babaçuais, hoje ameaçados pelo desmatamento e pelo uso de agrotóxicos.
Para Ednalva Ribeiro, vice-coordenadora do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), a formalização das demandas em documento fortalece a luta coletiva. “Só existe quebradeira de coco porque existe palmeira em pé. Se não manter o babaçu, não existe quebradeira de coco”, afirmou, resumindo a centralidade da pauta ambiental para a continuidade da atividade tradicional.
A entrega da carta simbolizou não apenas a exposição de necessidades urgentes, mas também um chamado para que órgãos públicos e instituições parceiras atuem de forma articulada na garantia de direitos e na regularização territorial. Ao final, a defensora pública Kenia Martins destacou que o compromisso da Defensoria é ampliar a escuta, fortalecer a luta social e assumir a responsabilidade de buscar soluções que assegurem a permanência e a dignidade dessas comunidades tradicionais.




