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quinta-feira, 26 / dezembro / 2024

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ARAGUATINS: Mulheres se unem para discutir desafios da participação feminina na política

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A pouca representatividade feminina nos espaços políticos foi o principal ponto de debate no 12ª encontro do programa permanente + Mulher + Democracia, em uma ação conjunta do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), por meio da Escola Judiciária Eleitoral (EJE), com a ouvidoria da mulher. O município de Araguatins, no norte do Tocantins, foi palco de toda troca de experiências que aconteceram no encontro, onde foi falado sobre sororidade entre as mulheres, a baixa expressão representativa da mulher, e o incentivo da participação ativa no mundo político.

O evento aconteceu no Fórum de Araguatins, e proporcionou uma roda de conversa com o tema “A participação efetiva da mulher no cenário político tocantinense”. Com transmissão ao vivo pelo canal do TRE-TO no YouTube, contou com a participação de 25 pessoas.

Números

A juíza e coordenadora do Programa Permanente + Mulher + Democracia, Edssandra Barbosa da Silva Lourenço, apresentou balanço da participação feminina na política do estado do Tocantins, nas eleições municipais de 2020. Conforme informou, em 2021, do total de 8.679 candidaturas, apenas 3.004, cerca de 34,6% eram femininas. Porém com um outro dado preocupante, dos 1,2 mil eleitos, apenas 203 foram mulheres.

A magistrada detalhou também dados gerais sobre Araguatins (TO), antes denominada Vila de São Vicente do Araguaia, no estado de Goiás em 1868, passou-se a chamar Araguatins a partir do ano de 1943. Com um total de 21.442 eleitores, 10.632 são mulheres e 10.810 homens. Até os dias atuais, apenas uma mulher assumiu o cargo de prefeita por nomeação, em 2020, Elizabeth Rocha, se tornou vice-prefeita do município. 

Desde a emancipação, com 80 anos, o município teve 9 vereadoras, mas atualmente, a Câmara Municipal, tem 13 vereadores e nenhuma ocupada por mulher. “Esses dados são preocupantes pela falta de representatividade da mulher, mas é possível acontecer mudanças”, afirmou.

Ao final, a juíza falou que em todas as cidades que o programa é levado, existe sempre a preocupação com a pouca representação da mulher na política, e esse questionamento pode ser um impulso e incentivo para inclusão nas próximas eleições. “Essa foi uma tarde de muita discussão, e apesar de cada cidade ter sua peculiaridade, possui algo em comum que é a pouca participação da mulher na política e o anseio delas por respostas a esses questionamentos. Devemos ter a representatividade na mesma proporção, porque muitas mulheres estão dispostas a mudar a realidade atual”, concluiu.

Contribuição da Ouvidoria da Mulher

A juíza e ouvidora, Ana Paula Brandão Brasil, apresentou a atuação da Ouvidoria da Mulher como forma de acolhimento e meio para combater a violência política de gênero. “Só podemos combater aquilo que chega até nós e, para isso precisamos que denunciem cada ato de importunação, violência simbólica, e agressões aos direitos políticos da mulher. A Ouvidoria da Mulher funciona dentro do TRE-TO, onde vários canais de atendimento, com profissionais capacitadas, com acolhimento exclusivo por mulher, onde ouvir e atender cada uma que precisar ser assistida e acolhida por passar por alguma situação”, afirmou a juíza eleitoral.

Debatedoras

A debatedora, Jacqueline Adriane Macêdo Costa, diretora executiva do Fundo da Previdência dos Servidores Municipais de Araguatins (Funprev), falou da luta histórica das mulheres por direitos políticos de gênero, passamos a ter o direito de votar e sermos votadas, participando ativamente da política. “No mínimo 30% são a cota da participação da mulher em um pleito. Somos a maioria no eleitorado de votos, mas hoje, somos a minoria no poder. A mulher deve acreditar em sua capacidade e acreditar que outra mulher deva estar lá. Devemos ter empatia e sororidade umas com as outras, pois nós sabemos das nossas lutas e nossas causas”, declarou.

Com dados sobre as atuações da mulher na política araguatinense, Márcia Regina Marques Amado da Silva, falou da participação da mulher na política e da importância da representação. “Na nossa cidade infelizmente temos uma câmara de vereadores que não tem representatividade feminina. Não basta ser mulher qualificada, ter coragem e ser boa. É necessário que estejamos na câmara municipal, nas prefeituras, no congresso, na necessidade de ocuparmos todos os espaços de poder”, ressaltou.

A cerimônia

A ação realizada em Araguatins, foi prestigiada pela comunidade local e vizinhas, autoridades da cidade e da região, como prefeitos, vice-prefeitos, vereadoras, servidores públicos, entre outros. Com oportunidade de fala, os presentes puderam expressar e compartilhar suas vivências.

Com as palavras de boas-vindas, o juiz eleitoral substituto do Cartório da 10ª Zona Eleitoral, Jose Carlos Tarjera Junior, destacou a importância da participação e composição da mulher na política. “Projeto como esse é importante para mostrar a necessidade que a sociedade brasileira tem das mulheres participarem efetivamente da política”, concluiu.

Assista ao evento completo no YouTube.

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