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segunda-feira, 16 / junho / 2025

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ARAGUATINS: Jornalista goiano defende Boleslaw

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O jornalista goiano Valterli Guedes, enviou artigo ao jornal goaniense Diário da Manhã, defendendo o empresário araguatinenses Boleslaw, sobre a ação do IBAMA que aplicou uma multa de R$ 5 mil em desfavor de Boleslaw.

Vejo o artigo:

Boleslaw, o criador de jabutis

Boleslaw Daroszeuski, cidadão polonês residente em Araguatins, Tocantins, é o mais ilustre morador daquela cidade. E não é pelo seu parentesco com o Papa João II, agora elevado a santo pela Igreja Católica. Os dois eram primos em primeiro grau. Suas mães eram irmãs. Ele tem história própria, repleta de percalços. O maior de todos, com certeza, é o fato de haver atuado durante a 2ª grande guerra (1939/45), sempre no olho do furacão. Não se tornou um neurótico de guerra e se mantém tranqüilo aos 96 anos, o que acredito deva-se à sua genética. Mas as agruras da guerra obrigaram-no a buscar um refúgio, encontrado às margens do Araguaia, na divisa do Tocantins com o Pará. Fixou-se em Araguatins e ali criou sua família, depois de casar-se com Marineth Galvão, falecida há dois meses.

Em Araguatins, tornou-se empresário urbano e rural. Conheci-o em 1978 quando me hospedei no Hotel Mogno, de sua propriedade.

Desde então tenho interesse pela vida de Boleslaw, um amante da paz, da verdadeira ecologia, sempre pronto para a briga por causas justas. Não é de hoje. Há 50 anos ele denunciava o extermínio do mogno na região de Araguatins. Ele, o jornal Cinco de Março e o Centro Acadêmico XI de Maio, da Faculdade de Direito da Rua 20, denunciavam a extração pela empresa Rio Impex. Amarradas umas às outras, as toras  eram transportadas boiando pelo Araguaia, primeira etapa de uma longa viagem rumo ao exigente mercado europeu.

Nessa época, Boleslaw, mais uma vez no front, arriscou a vida. Mas era “café pequeno, quase brincadeira,” diante das “agruras da guerra,” conforme ouvi dele.

Li no Diário matéria assinada pelo repórter Jairo Menezes denunciando o sequestro, por funcionários do Ibama, dos jabutis que Boleslaw criava no vasto quintal de seu Hotel. Vi aqueles jabutis em 78. Eram quatro, e tinham já uma linda história. Boleslaw os adquirira de um caçador para evitar a morte dos animais. Sem que os comprasse, logo adiante alguém os arremataria para o abate. Era comum, naquela época, o consumo da carne de jabutis no Maranhão e em toda a Amazônia. Presa fácil (pela sua marcha lenta) o jabuti sempre foi uma vítima não só da ação do homem, como de queimadas e enchentes, por exemplo. O que fazer em prol da preservação da espécie?

Justamente o que vinha fazendo Boleslaw há mais de 50 anos, criando-os e levando os filhotes para adaptação na floresta, em sua fazenda. Trabalho difícil, que exigia dedicação.

Mas o Ibama pensa diferente, tão diferente que, quanto mais ação do Ibama, menor vai ficando a fauna brasileira .

Soube outro dia que um centro de “preservação” de onças na região de Pirenópolis castra todos os machos. E ainda acha que assim preservará as diversas espécies daquele felino.

Os jabutis apreendidos em Araguatins estão aonde? Que lugar será melhor que o quintal repleto de árvores frutíferas onde viviam há mais de 50 anos?

Só no Brasil, mesmo!

Aos 96 anos e debilitado, é um peso a mais na vida de Boleslaw o que lhe fez o Ibama. Logo agora, que sua companheira Marineth partiu. Duro carma, o deste homem, tão brilhante a ponto de haver merecido um prefácio do jornalista Walder de Góes para o livro de sua autoria. E o Walder assim conclui o texto que escreveu: “Grande Boleslaw!”

Grande mesmo, têmpera de aço, brilhante inteligência, rara sabedoria caldeada nos embates da vida, que foram tantos. Tantos que este imposto agora Ibama seria quase nada, não fossem os seus quase 100 anos de existência. (Valterli Guedes, jornalista/Publicado no Diário da Manhã)

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