A correlação de forças na Câmara Municipal de Araguatins passou por uma ruptura significativa após a migração política dos vereadores Abmael Murad (PDT), Chico Moura (REPU) e Rafael Oliveira (PP). Até recentemente apontados como parte da base de apoio do prefeito Aquiles da Areia, os três passaram a votar alinhados ao grupo oposicionista formado por Miguel do Cajueiro (MDB), Antônio Evangelista (UB) e Manoel da Colônia, sob coordenação estratégica do presidente da Casa, Airton Rodrigues (REPU). O novo arranjo legislativo resultou em derrotas emblemáticas para a gestão municipal e expôs fissuras antes apenas comentadas nos bastidores.
Informações internas indicam que o movimento não ocorreu de forma repentina. Há semanas, aliados e servidores já relatavam um crescente incômodo dos parlamentares com o tratamento recebido por parte do prefeito. Reclamações envolvendo falta de diálogo, distanciamento político e insatisfação com decisões administrativas teriam alimentado a tensão. A recente votação — onde o bloco ampliado barrou projetos considerados prioritários pelo Executivo — teria sido o estopim que tornou público um desgaste antes mantido sob discrição.
Mesmo sem declaração formal de ruptura, as manifestações no plenário e a postura adotada nas últimas sessões mostram que Abmael Murad, Chico Moura e Rafael Oliveira estão, na prática, atuando como parte ativa do campo oposicionista. O alinhamento com Miguel do Cajueiro, Antônio Evangelista e Manoel da Colônia reforça a nova composição, que ganha força com a condução política de Airton Rodrigues. O presidente tem desempenhado papel determinante, articulando debates, equilibrando tensões e contribuindo para a consolidação de uma ala que opera de forma cada vez mais coesa.
O reposicionamento dos vereadores altera diretamente o cenário de governabilidade do Executivo. Ao perder sustentação numérica, o prefeito Aquiles da Areia enfrenta agora um Legislativo mais exigente, disposto a analisar com rigor cada pauta enviada ao plenário. A tendência é que o bloco continue a influenciar votações importantes, ampliando o desgaste político da Prefeitura e fortalecendo a imagem de independência defendida pelo presidente Airton Rodrigues e pelos parlamentares que se somaram ao movimento.




