
A greve dos profissionais da Educação em Araguaína ganhou novo fôlego nesta sexta-feira (9), com manifestações nas principais avenidas do centro comercial da cidade. Liderado por dirigentes sindicais do Sintet — Eunice, Welton e Luciana França — o movimento tenta sensibilizar a população e denunciar, segundo os organizadores, o que classificam como “descumprimento de direitos e negligência” por parte da gestão do prefeito Wagner Rodrigues (União Brasil). Entre as principais reivindicações estão o pagamento das progressões funcionais, a aprovação do PCCR para servidores administrativos e a efetivação do terço de hora-atividade previsto na Lei do Piso Nacional do Magistério.
Desde a assembleia realizada no dia 30 de abril, a categoria decidiu por tempo indeterminado cruzar os braços diante da falta de avanço nas negociações. Em campo, os grevistas têm usado faixas, cartazes e panfletagens para evidenciar o impasse. “Estamos lutando não só por salário, mas por respeito. Não se constrói uma educação pública de qualidade sem valorizar quem a sustenta”, afirmou Rosy Franca, presidente da regional do Sintet, durante a mobilização.
A gestão municipal, até o momento, mantém uma postura de silêncio público frente às manifestações. A ausência de diálogo direto com os grevistas tem levantado questionamentos sobre a disposição do governo local em buscar uma solução negociada para o conflito. Embora o prefeito Wagner Rodrigues tenha adotado um discurso de austeridade fiscal nos últimos meses, não há, até aqui, uma explicação clara do Executivo sobre os motivos para a não implementação das progressões ou do PCCR. A falta de transparência e a ausência de canais efetivos de negociação reforçam o clima de tensão com a categoria.
Enquanto isso, a pressão política se intensifica. A presidente regional do Sintet cumpre agenda em Palmas em busca de apoio institucional, enquanto o presidente estadual do sindicato, José Roque, manifestou apoio aberto à greve. Diante desse cenário, a gestão Wagner Rodrigues enfrenta um teste importante de governabilidade: saberá equilibrar responsabilidade fiscal e valorização do servidor ou manterá a rigidez administrativa mesmo à custa da paralisação do ensino público municipal?