A movimentação política em Palmas revela uma mudança de eixo difícil de contornar. O prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) já não esconde sua proximidade com o governador interino Laurez Moreira (PSD). Os dois têm dividido palcos, agendas e articulações, e a liberação de Ronaldo Dimas — então secretário de Planejamento Urbano de Palmas — para compor a gestão estadual, com aval direto de Eduardo, é a peça que confirma a engrenagem em curso.
Esse gesto não foi meramente administrativo: significou um aval político explícito. Laurez, antes de anunciar Dimas, buscou o prefeito de Palmas, e a liberação só aconteceu porque havia sintonia entre ambos. A mensagem é clara: Eduardo não apenas autorizou, mas endossou a aliança. O resultado imediato é o enfraquecimento de qualquer pretensão do chamado G5 de manter coesão em torno da senadora Professora Dorinha (UB).
O G5, formado por prefeitos de peso — Eduardo em Palmas, Wagner Rodrigues em Araguaína, Josi Nunes em Gurupi, Ronivon Maciel em Porto Nacional e Celso Moraes em Paraíso — já vinha dando sinais de desgaste. Agora, com Eduardo e Dimas alinhados a Laurez, o grupo perde sua espinha dorsal. A base que sustentava Dorinha esfarela diante dos olhos do eleitorado e dos articuladores políticos.
Diante dos fatos, não há espaço para interpretações paralelas: a aproximação de Laurez, Eduardo e Dimas, muda radicalmente o tabuleiro e deixa a pré-candidatura de Dorinha fragilizada. O movimento não é apenas simbólico. O G5, tal como se conhecia, não existe mais.
