O debate sobre a aplicação das cotas é bastante polêmico. Mas observar a realidade de alunos cotistas nas instituições de ensino superior de Imperatriz é simples.
As deficiências nas políticas de permanência estudantil no ensino público, junto dos problemas enfrentados, em sua maioria ainda no ensino base que é oferecido, refletem no número de desistência de alunos cotistas.
Problemas esses, que têm origens na rede de ensino público municipal, podendo citar, como exemplo, a greve da rede municipal de ensino, que já dura mais de 60 dias.
A coordenadora substituta da Educação Escolar Indígena Eliene Costa, afirma que a falta de políticas de permanência estudantil faz com que o ingresso de alunos indígenas ao ensino superior, seja a principal dificuldade enfrentada por alunos que têm, ainda, que passar por uma adaptação cultural.
“Existem as cotas, mas aqui não tem estrutura para eles permaneceram na cidade. Primeiro que o curso não é específico para indígenas, e depois eles não têm uma bolsa permanência, pois eles saem da aldeia, mas não tem quem custei a moradia, então, o que impede os indígenas de fazer universidade federal, é justamente a permanência dele na cidade”, ressalta.
A diretora em exercício da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), enfermeira Maria Neirian de Fátima, acredita que a pouca demanda de indígena ao ensino superior, se dá pela baixa procura pelas vagas, podendo ser refletida no impacto de permanência e adesão a uma cultura diferente.
“Acredito que falta uma adesão maior dos próprios indígenas. Fizemos o projeto Apoema, que nesse projeto íamos para a aldeia e falávamos sobre a graduação. E eles têm muitas duvida, principalmente de como se manter na instituição. Ai vem à moradia, adaptação, tudo isso acaba influenciando na decisão de realizar o Sisu”, explica a diretora. (Imrante.com).




