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segunda-feira, dezembro 15, 2025
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Antiga direção da Coomigasp é acusada de saquear a sede

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Depois do afastamento do presidente da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), Gessé Simão de Melo, em junho deste ano, acusado de desvio de dinheiro, a cooperativa sofreu novo golpe nesta semana. No domingo, 14, foi realizada assembleia entre os garimpeiros para decidir se a presidência continuaria nas mãos de Valder Falcão, membro da diretoria de Gessé, ou se quem assumiria interinamente seriam os conselhos de administração e fiscal, provisórios, presididos por Amarildo Rodrigues.

Segundo informações do próprio Amarildo, os garimpeiros decidiram instalar uma diretoria interina, com ele à frente, até que as eleições da cooperativa sejam convocadas, em aproximadamente um mês. Aconteceu que nesta segunda-feira, 15, quando Amarildo foi até a sede, em Curionópolis, encontrou as portas trancadas. Pior que isso foi ouvir informações de pessoas que vivem nas proximidades.

De acordo com Amarildo, vários associados que passavam pelo local testemunharam o momento em que dois homens, identificados como Magro e Célio Sá, chegaram ao local e carregaram os móveis do escritório da Coomigasp em veículos que os esperavam à porta do prédio. Os dois seriam ligados à direção anterior.

Amarildo, então, procurou a delegacia da cidade, e com o apoio do delegado Bruno Fernandes, foram abertas as portas da sede. Lá dentro, a nova diretoria constatou serem verdadeiras as informações. “Quando entramos, junto com o delegado, vimos que eles haviam levados móveis, documentos e outros bens”, informou Amarildo a repórter deste CORREIO, ontem, por telefone.

O presidente interino garantiu, ainda, que tentou entrar em contato com as pessoas citadas ou com qualquer outro membro da diretoria, mas todo mundo “desapareceu”. “Como presidente interino, já estive na delegacia, fiz ocorrência policial; o delegado esteve no local, fazendo o levantamento; e agora eles irão responder por isso na Justiça”, destacou Amarildo.

Ele acrescentou que o objetivo é conseguir organizar a cooperativa para que as eleições ocorram com tranquilidade. “Alguns companheiros estão inadimplentes e já manifestaram desejo de colocar as contas em dia. Vamos tentar arrumar a casa enquanto providenciamos de imediato essas eleições”, declarou.

Afastamento

Gessé e outros diretores foram afastados temporariamente pela juíza Aline Salgado Vieira, da Comarca de Curionópolis, acusados de desviar pelo menos R$ 19 milhões da entidade. A denúncia partiu do Ministério Público do Estado (MPE), e os envolvidos estão respondendo ao processo. Ainda na situação, a Justiça determinou a quebra do sigilo bancário de Gessé. O MPE os acusa de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e formação de quadrilha. Segundo o órgão ministerial, os recursos eram desviados da pessoa jurídica da entidade para contas pessoais dos acusados.

O dinheiro teria saído de uma parceria com a empresa Colossus depois que a Coomigasp fundou a sociedade anônima Companhia de Desenvolvimento Mineral Serra Pelada (SPCDM) para pesquisar ouro, paládio e prata em Serra Pelada. A empresa Colossus concedeu R$ 173.738.801,06 para viabilizar a exploração e, em seguida, parte do dinheiro teria sido desviada.

Na época, Gessé declarou sua inocência em entrevista ao CORREIO DO TOCANTINS e alegou que os R$ 19 milhões foram investidos na própria cooperativa. “Pegamos o dinheiro, mas esses R$ 19 milhões foram para o custeio operacional da cooperativa, como pagamento de funcionários, de viagens, de transporte e das nossas assembleias gerais. Eu estou gastando com o garimpeiro e tenho minha consciência tranquila a respeito do que fiz. Faria novamente porque é responsável. Gasto com o garimpeiro”, disse.

Assembleia

O direito à realização da assembleia realizada no domingo foi conquistado com pelos 5.541 assinaturas de garimpeiros associados à cooperativa. A assembleia havia sido suspensa pela juíza Eline Salgado, mas uma medida liminar assinada pelo desembargador Cláudio Montalvão das Neves autorizou a realização.

Segundo informações do Blog do Zé Dudu, a diretoria destituída havia dado entrada na Justiça local com pedido de liminar para cancelar o ato, sob alegação de que não havia tempo hábil para conferir as assinaturas e afirmando que elas não representam a vontade dos aproximadamente 38 mil garimpeiros associados.

A direção anterior relembrou a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o MPE e Coomigasp com o objetivo de melhorar a relação com a Colossus e visando à profissionalização da cooperativa. Ainda de acordo com as informações do blog, 2.001 associados compareceram ao auditório Mauro Eurípedes de Martins, antiga sede da Coomigasp, na vila de Serra Pelada, para votar. Destes, 1.901 votaram pela destituição da atual diretoria e 82 pela manutenção da mesma. (Luciana Marschall – Correio Tocantins)

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