Faltavam onze dias para completar seus nove meses de gravidez, quando Angela Maria Xavier de Sousa, (mais conhecida como nina) 32 anos, grávida pela primeira vez, logo ao levantar-se, disse aos familiares que por volta das 5:00 da manhã do dia 09/08/09, sentiu umas dores e pensou que eram as primeiras contrações de parto; por volta das 6:00 sentiu o bebê tremer na barriga, às 7:00 quando todos já estavam de pé, Ângela passou estas informações pensando que estava tudo bem e o bebê já ia nascer. Foi então arrumar os documentos e fazer os asseios para se apresentar ao Hospital.
Por volta das 8:50, ainda em casa, Angela começou a vomitar, foi levada imediatamente ao Hospital Municipal da Cidade. Drª. Elenir de Sousa Costa – médica de plantão do dia acompanhou a gestação de Ângela durante os quatro últimos meses e percebeu que estava tudo bem com o bebê, mas a pressão Arterial da mãe alterada (160×100) apenas na última consulta e ultra-sonografia realizada por ela mesma no dia 05/08/09 – havia acabado de sair de uma cirurgia cesariana e atendeu imediatamente a gestante quando detectou que a pressão da mãe estava boa, porém não escutava os batimentos do bebê, fez rapidamente uma ultra-sonografia e constatou o mesmo, neste momento, Drª. Elenir ordenou que arrumassem a sala de cirurgia rapidamente, pois iria fazer outra cesariana, logo depois a medica trocou o procedimento e induziu para que a paciente tivesse um parto normal, foram aplicadas quatro doses de Orastina, e bem depois aplicou plasil, pois Angela estava vomitando uma água amarela.
Em torno das 11:00, Ângela chegou a pedir para sua mãe avisar para tirarem o bebê pois não aguentava mais tantas dores, porém os familiares tiveram a informação de uma técnica de enfermagem que seria necessário esperar seis horas após aplicação da Orastina para depois fazer uma cesariana se fosse o caso, pois deveriam esperar o remédio agir. Quando a mãe de Ângela, Dona Iramita Pereira de Sousa, disse a Ângela que teriam que esperar as seis horas para aumentar as dores, Ângela disse: “mais do que eu estou sentindo, só se for pra eu morrer”.
Apenas por volta das 12:00 (três horas depois do primeiro atendimento), Drª. Elenir foi ver a paciente e fazer um toque para saber se estava evoluindo, percebeu então que havia dilatado dois centímetros e novamente aguardou sem ir ver a paciente e apenas por volta das 15:30, três horas e meia depois da visita anterior, a médica foi ver novamente a paciente, quando percebeu que estava com a pressão muito alta e eclampsia, a médica então colocou uma sonda urinária, sedou Ângela, fez alguns procedimentos para baixar a pressão e preparou o encaminhamento para a Maternidade Dom Orione em Araguaina. Foi necessário aguardar um pouco para baixar a pressão da parturiente. Às 16:00, saíram ao destino encaminhado chegando lá por volta das 17:20. A técnica de enfermagem que acompanhou a paciente na viagem disse que Angela vomitou logo chegando em Araguaína e inclusive que tinha saído vômito pelo nariz e boca. Ângela chegou roxa à Maternidade Dom Orione, e poucos minutos depois de entrar na Materidade – senão na porta da mesma – Ângela já estava morta. Segundo a Declaração de Óbito assinada pelo Dr. Walfredo Reis, na Maternida Dom Orione, consta que as causas da morte de Ângela foram: Parada Respiratória, Edema agudo Pulmão e Eclampsia.
A família deu queixa da Médica Elenir Sousa Costa (Médica Cirurgiã) à delegacia local sob acusação de negligência médica, foi na promotoria pública, registrou queixa junto ao CRM do Tocantins para que sejam apurados os fatos e ainda deu entrevista ao Jornal do Tocantins (a folha) a matéria foi publicada no dia 19/08/09. A sociedade está abalada com o caso e revoltada clama por justiça. (Por: Gleida Maria Xavier de Sousa Lira)




