Após a mudança de status sanitário que resultou na certificação, concedida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Pará como estado 100% livre de febre aftosa com vacinação, os esforços para garantir a manutenção desse status já são percebidos a partir dos resultados das etapas de vacinação do primeiro semestre de 2013, que ultrapassou a marca de 98%. “O índice de vacinação superou a nossa expectativa”, disse Mário Moreira, gerente geral da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará.
Com base na meta estabelecida, o Brasil vacinou, nesta primeira etapa da campanha contra febre aftosa, cerca de 166 milhões de cabeças. No Pará, os índices vacinais atingiram 99,07% na área I; 98,24% na área II (que corresponde ao nordeste paraense), 97,88% na área III (Baixo Amazonas), 92,19% na área III (Ilha do Marajó) e 100% na zona de proteção (área de fronteira).
A média total de vacinação registrada no estado foi de 98,68%, segundo dados diretoria Técnica Agropecuária e Florestal, das gerências de Defesa Animal da Adepará e do Programa Estadual de Erradicação de Febre Aftosa.
Por ocasião da cerimônia de certificação do Pará como área livre de febre aftosa com vacinação, ocorrida em Paragominas, no mês de agosto, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, confirmou que o Pará possui a maior cobertura vacinal do país. Esse índice, segundo ele, certamente é um reflexo claro das campanhas de conscientização promovidas pelos governos estadual e federal e da adesão dos produtores a esse esforço coletivo.
A primeira etapa da campanha da Aftosa no Pará, realizada no primeiro semestre de 2013, confirmou um investimento na ordem de R$ 250 mil, sem considerar o arquipélago do Marajó e os municípios de Faro e Terra Santa, no oeste paraense, que tem calendário diferenciado dos demais municípios das regiões II e III. A Adepará acompanhou todo o trabalho a fim de garantir que o processo de vacinação atendesse a meta estabelecida. Para tanto, a Agência de Defesa Agropecuária mobilizou cerca de 520 servidores.
Os índices atingidos já apontam para a busca da certificação internacional, reconhecimento este que o Pará deve receber, segundo Sálvio Freire, diretor operacional da Agência de Defesa, até maio de 2014. Em breve, o Pará será submetido a novas auditorias do Ministério da Agricultura (Mapa) e da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). “Garantindo um novo aval positivo, a totalidade do rebanho paraense poderá ser comercializada em qualquer outro país”, disse Mário Moreira.
“Os trabalhos e ações da Adepará agora estão voltados à certificação internacional das áreas 2 e 3 do Estado, que integram, juntas, cem municípios paraenses. Os 44 municípios que integram as regiões sul e sudeste do Pará já possuem essa certificação desde 2007. A meta agora é unir esforços para obter a certificação da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), com sede na França”, ressaltou o diretor da Adepará. Segundo ele, as ações não se resumem à execução dos procedimentos necessários. “Agora, mais do que nunca precisamos manter as ações e o status de livre de aftosa para conquistar novos mercados, o que resultará em crescimento da economia em todos os níveis”, declarou Moreira.
No momento, o reconhecimento nacional já garante aumento do potencial econômico no Estado, uma vez que a carne é o segundo produto na pauta da exportação brasileira. Entretanto, a comunidade econômica internacional ainda impõe barreiras comerciais à carne oriunda de regiões sem a confirmação de que os critérios de exigência são cumpridos, estabelecendo-se assim, prejuízo econômico e social a países produtores, como o Brasil.
Hildegardo Nunes, secretário de Agricultura do Pará, ressalta que o importante agora é manter os resultados alcançados. “Para isso, é necessário intensificar as campanhas de educação sanitária, além de mobilizar e conscientizar permanentemente os produtores. Nós não podemos diminuir os esforços e os produtores não devem, em nenhum momento, descumprir as determinações, sob o risco de perdermos o andamento desse processo, o que ocasionaria uma lamentável perda financeira”, declarou. Nunes afirma que o sistema de vigilância e monitoramento de barreira está ativo e, portanto, o estado está apto a impedir a entrada de animais contaminados. “O cuidado maior está voltado para as fronteiras do Amazonas e Amapá, estados ainda considerados de médio e de alto riscos”, declarou.
Para erradicar a febre aftosa do território paraense, somente em 2012 foram investidos cerca de R$ 20 milhões na melhoria da saúde animal, com base em convênio firmado entre o Governo do Estado, por meio da Adepará, e o Ministério da Agricultura, com vigência até 2015. Os investimentos somam recursos na ordem de quase R$ 60 milhões, com a contrapartida de 10% do governo estadual. Além disso, o Pará aperfeiçoou as atividades de controle de trânsito, epidemiologia, controle de revendas funcionamento dos escritórios da defesa sanitária e garantiu o aumento da capilaridade da rede de atendimento da Adepará.




