Na manhã desta terça-feira, 9, no Salão de Atos Palácio dos Leões, foi realizada coletiva de imprensa com o superintendente de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Arnaldo Muniz Garcia, para divulgação do relatório atualizado sobre a incidência no Maranhão da Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), também chamada de superbactéria.
O Maranhão já tem quatro casos notificados, sendo dois casos descartados, dois casos confirmados e um caso de óbito, que não está diretamente relacionado ao microorganismo e sim, a um conjunto de fatores externos. A vulnerabilidade dos pacientes está relacionada à idade acima de 60 anos, ao baixo mecanismo de resistência do metabolismo, falta de higienização e consumo de remédios sem receita (antibióticos).
De acordo com Arnaldo Garcia, a infecção hospitalar é o mais acessível meio de contaminação da KPC, cuja transmissão é dada por contato físico. Uma das principais medidas que precisam ser tomadas no ambiente hospitalar é o uso exclusivo de equipamentos no paciente infectado até que seja cessada a infecção e o uso de leitos isolados e lavagens freqüentes das mãos, sempre antes e depois de uma aproximação física com o paciente.
O uso discriminado de antibiótico sem orientação médica, provocam reações de resistência aos microorganismos. Ou seja, a superbactéria desenvolveu mecanismos de defesa em relação aos medicamentos, enquanto que, alternativas terapêuticas misturadas aos medicamentos manipulados, dificulta a procura por antibióticos disponíveis para o controle desses microorganismos.
“Contrária à velocidade que cresce o uso de antibióticos de forma inadvertido, as unidades hospitalares têm uma série de dificuldades de itens para higienização do ambiente, dos profissionais e dos pacientes”, informou Arnaldo Garcia. É importante que as unidades hospitalares tenham laboratórios microbianos, responsáveis pela identificação dos microorganismos. No Brasil, dois terços dos medicamentos consumidos são comprados sem receita médica.
Medidas de controle
A SES adotou, por meio da Vigilância Sanitária do Estado, o cronograma de intensificação de inspeção e fiscalização das Unidades de Saúde com leito de UTI (ao todo, são 17 na capital e 5 no interior); vai coordenar as ações intersetoriais; a aplicação da resolução da ANSIVA RDC nº 42/2010 sobre a solução alcóolica gel RDC e a nº 44/2010 sobre a retenção de receitas na venda de antibióticos.
Além disso, será feito o envio de amostras laboratoriais de confirmação para o Lacen – MA que as enviará para FICORUZ – RJ para o teste de biologia molecular. Realização de seminários e estoque de medicamentos na rede de hospitais para atender a demanda.
Contudo a disseminação de informações sobre o perigo de uso de medicamento sem precauções médicas, abrange programas do Governo do Maranhão, como por exemplo Educanvisa, que abrange a rede de ensino nos níveis da educação infantil, fundamental e média. O objetivo a Educanvisa é conscientizar a sociedade sobre o perigo de se automedicar.




