Surto de infecção por bactéria na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e compartilhamento de pontos de oxigênios por mais de um paciente foram algumas das irregularidades do Hospital Geral de Palmas (HGP) apresentadas ontem, em relatório, pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). O documento é o resultado da vistoria realizada pelo CRM, no último sábado, no HGP, e aponta, dentre as irregularidades, a morte de seis pacientes na sala vermelha, em menos de 48 horas.
Além da falta de medicamentos, superlotação, dentre outros problemas, durante a vistoria, o CRM relatou que não há profissionais de saúde, espaço físico e nem equipamentos de proteção individual para tratar isoladamente pacientes que possuem a bactéria.
Segundo o vice-presidente do CRM, Hélio Maués, essa bactéria pode causar infecções generalizadas nos pacientes que estão internados na unidade, se os procedimentos não acontecerem da forma correta. No relatório é apontado que, no dia da vistoria, a sala vermelha não estava lotada.
No entanto, o livro de registro da enfermagem da sala vermelha registrou o número de seis óbitos, 48 horas antes da vistoria. Sendo esta a justificativa da equipe de enfermagem para a sala está com o número adequado de pacientes. Outra irregularidade acusada no relatório é o compartilhamento dos pontos de oxigênios por mais de dois pacientes na sala vermelha. O correto é um ponto de oxigênio para cada paciente.
A falta de medicamentos e como eles são armazenados também foram citados no relatório, que aponta a falta de 28 medicamentos na unidade. A fiscalização ainda constatou que não há climatização adequada para guardar os medicamentos. Um outro ponto importante levantado pelo vice-presidente é a falta de um diretor técnico no hospital. “Toda a unidade hospitalar é obrigatório a presença de um diretor técnico”, disse Maués.
O CRM protocolou na última segunda-feira um ofício convidando a todos os órgãos competentes da saúde, para a apresentação do relatório da vistoria realizada no HGP e um debate sobre a saúde no Estado. No entanto, a Secretaria de Saúde (Sesau), o Ministério Público Estadual, a Defensoria Pública do Estado e a direção do HGP não compareceram. O CRM irá encaminhar o relatório para os órgãos, para que sejam tomada as devidas providências.
SESAU
Sobre as irregularidades apontadas no relatório, a Sesau informou em nota que, apesar de não ter sido notificada oficialmente e nem ter tido acesso ao relatório elaborado pelo (CRM), boa parte dos problemas apresentados é de conhecimento do Estado, que está empenhando todos os esforços para resolvê-los o mais breve possível. (Jornal do Tocantins)




