Os médicos do Hospital Municipal de Parauapebas, no sudeste do Pará, continuam sem entrar em acordo com a Prefeitura do município e chegaram ao 18º dia em greve nesta sexta-feira, 18. A categoria exige melhores condições de trabalho, denunciando a falta de medicamentos e exames na unidade de saúde, além de atrasos no pagamento de salários. A Prefeitura de Parauapebas nega os atrasos e informa que remédios foram comprados em regime de urgência, além de equipamentos novos para a unidade.
Um boletim de ocorrência foi registrado pelos médicos na Delegacia de Polícia do município ainda no mês de novembro, denunciando a falta de condições de trabalho na unidade. Para um dos médicos do hospital, que preferiu não se identificar, a compra de medicamentos não solucionou o problema. “Os medicamentos continuam faltando, principalmente esses medicamentos que nós precisamos de ampola, de ação rápida. Chegar comprimido e pomada, isso não vai resolver o problema de um pronto socorro”, disse o médico.
O Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) alerta para os prejuizos provocados pela demora no acordo entre a prefeitura e a categoria. “A prefeitura não tomou nenhuma providência no sentido de atender a reivindicação dos médicos, sequer garantir insumos básicos, materiais e medicamentos, e exames simples como um raio-x. A tendência é que haja um colapso na atenção à emergência do município, a partir do dia 1º de janeiro (de 2015)”, afirma Waldir Cardoso, diretor do Sindmepa.
A falta de equipamentos prejudica pacientes como o filho da dona de casa Linda Maria Fagundes, que sofre crises de convulsão e precisou realizar uma tomografia. A dona de casa foi informada que o município não oferece mais esse serviço, e precisou pagar R$ 600 para realizar o exame em uma clínica particular. “Tive que sair pedindo emprestado para amigos”, conta Linda Maria.
O estudante Diemesson Vasconcelos sofreu um acidente de trânsito e também precisou pagar por um exame de raio-x em uma clínica particular. “A máquina estava quebrada tem mais de um mês”, conta o estudante.
Segundo a Prefeitura de Parauapebas, dois aparelhos de raio-x de alto desempenho foram comprados e a previsão é de que estejam funcionando normalmente na próxima semana. Sobre a falta de remédios, uma licitação para aquisição de novos medicamentos foi iniciada com previsão de conclusão de 90 dias, além daqueles que foram comprados em regime de urgência.




