Professores aprovados no concurso público C-167, destinado à ocupação de vagas para Educação Especial, protestaram, pela sétima vez, ontem pela manhã. Os concursados exigem as nomeações de professores aprovados no concurso promovido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e denunciam que mais de 1.000 servidores estão ocupando irregularmente vagas em desvio de função. O protesto teve concentração no Complexo Arquitetônico de Nazaré (CAN) e, de lá, os professores caminharam em direção ao Centro Integrado de Governo (CIG), também na avenida Nazaré. A intenção era conseguir uma reunião com o secretário de Educação do Estado, José de Seixas Lourenço.
O protesto de ontem foi mais um de uma série de manifestações que os professores, através da Associação dos Concursados do Pará (Asconpa), estão mobilizando para pressionar o governo do Estado a dar uma posição favorável aos concursados. A professora Mônica Wanzeler, 30 anos, aguarda nomeação no concurso C-167 e diz não entender a opção do governo de remanejar servidores em vez de nomear os concursados. “Para dar aula na educação especial, é necessária uma especialização específica. O governo do Estado está sendo irresponsável, porque nós temos um déficit de professores na educação especial que precisa ser suprido”, afirma.
Na opinião do professor Guilherme Silva, 40 anos, que também aguarda nomeação no C-167, o governo está assumindo uma postura intransigente ao se negar a atender os concursados. “É desrespeitoso não só conosco, mas com os alunos, que precisam de novos professores. É lamentável que não tenhamos nenhuma resposta favorável mesmo depois de tantos protestos”, comenta. O advogado Virgílio Moura, presidente em exercício da Asconpa, informa que já foram impetrados diversos mandatos de segurança pedindo a nomeação dos concursados. A associação espera agora decisão da Justiça.
Segundo o presidente da Asconpa, cerca de 650 professores concursados provenientes do C-167 aguardam nomeação. “Esse discurso do governo de dizer que não nomeia os professores por falta de verba é mentiroso. Quando se abre um concurso público, pensa-se no gasto orçamentário necessário para manter os servidores. O governo gasta milhões com publicidade e tem orçamento, sim, para nomear novos servidores”, completa Moura.
OUTRO LADO
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração informou que, de janeiro de 2013 a junho de 2014, o Estado já nomeou 718 aprovados no concurso C-167 da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), sendo mais de 100 nomeações somente neste ano. Para o preenchimento das 502 vagas ofertadas na modalidade Educação Especial, foram convocados 541 aprovados, entre candidatos no limite das vagas ofertadas e do cadastro reserva. “A Sead informa ainda que os concursados nomeados até agora atendem integralmente a necessidade da modalidade Educação Especial”. (Diário do Pará)




