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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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Obras do campus de Medicina estão paradas, em Marabá-PA

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destaque-294437-200714--a9--uepa-construcao---junior-oliveira-(6)Quando foi anunciado no final do ano de 2012 que Marabá finalmente teria um curso superior de Medicina, a comunidade docente e discente comemorou: seria a primeira oportunidade de uma cidade do sudeste paraense começar a ser o celeiro produtivo de novos médicos para atender essa região e até mesmo exportar mão de obra para outras cidades do país. O sonho começou a ser acalentado ainda no dia 6 de março de 2012, quando a prefeitura de Marabá, em uma cerimônia oficial, doou um terreno de 1.600 m² para o governo do Estado construir o tão esperado bloco para abrigar o curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Oito meses depois, o governo estadual colocou uma placa no terreno doado pela prefeitura, sinalizando o início das obras de reforma de blocos, salas de aulas e laboratório. Era o mês de novembro de 2012. O prazo para a conclusão das obras, dizia a placa, era de 120 dias, mas nenhum vislumbre ou notícia sobre as obras para o curso de Medicina vieram até agora.

A Uepa, nesse período, anunciou também vagas para os cursos de Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção e Tecnologia de Alimentos. Todos com previsão de iniciar no dia quatro de março de 2013. Fato que não aconteceu, sendo adiada para o dia 18 e depois 25 de março de 2013. Os cursos de Biomedicina, Engenharia Florestal e Medicina seriam ofertados apenas no segundo semestre, com início das aulas previsto para o dia 5 de agosto, já indicando problemas de cronograma e entrega das obras a tempo para os acadêmicos.

Para surpresa de todos os alunos, a Uepa anunciou que alguns cursos, inclusive o de Medicina, seriam ministrados em salas alugadas de uma faculdade particular de Marabá.

Era apenas o começo de um dilema que transformaria o sonho de se formar médicos em Marabá em uma via crucis complicada.

Quando o governador Simão Jatene esteve em Marabá, em 20 de agosto de 2013, para proferir a aula inaugural da primeira turma do curso de Medicina da Uepa, ao lado do secretário adjunto de Obras, Marcelo Nagano, ele prometeu que em junho de 2014 o novo bloco estaria pronto para receber os futuros médicos. O problema é que as obras estão longe (mas muito longe) de ficarem prontas. O cronograma “furou”.

DESÂNIMO

O que se vê no local das obras é que muita coisa ainda precisa ser feita para a conclusão dos blocos. Há ainda indícios de construção, mas a aparência já é de abandono. Estruturas de madeiras seguram os pilares de concreto e muito mato já toma conta do local. Há apenas um porteiro vigiando o lugar.

Desde que as aulas de Medicina começaram, os estudantes do curso estão em sala alugada numa universidade particular. Isso causa desconforto aos estudantes, porque o mês de agosto já está batendo às portas e a construção das salas parece longe do fim.

Wellington Dias, vice-presidente estadual da União Geral dos Estudantes de Marabá, UGE, diz que a situação começa a ficar preocupante. Segundo ele, já são quase três anos de espera. “O curso de medicina é importante para a região porque é o primeiro de Marabá. É melhor desistir do curso do que formar médicos com uma estrutura ‘meia-boca’, ou sem estrutura nenhuma”, criticou. “Fazer um curso de cinco anos com quase três já passados sem laboratório e sem estrutura é complicado”, declarou ele.

Segundo Wellington Dias, o mais preocupante é que por conta disso praticamente metade dos alunos do curso de Medicina já desistiram do curso.

“O curso começou praticamente com 20 alunos e oito alunos já desistiram, metade do curso praticamente. Fazer um curso de cinco ou seis anos, como é o de Medicina, estudando de manhã e de tarde, sem estrutura alguma, desanima o aluno”, explicou o representante da UGE.

Wellington Dias revela ainda que conversou com assessores do governo, logo após a inauguração da Escola Anísio Teixeira, em maio de 2014. Deles diz que ouviu garantias de que as obras de conclusão do local para o curso de Medicina seria prioridade.

“Eles acham que a gente aqui da região é idiota. Vem mais um período de eleição onde virão pedir votos, mas sem fazer nada nem para a população, nem para os estudantes”, ponderou Dias.

REUNIÕES NÃO AVANÇAM. SEOP SE CALA.

O DIÁRIO apurou que em abril deste ano o reitor da Uepa, Juarez Quaresma, reuniu com os estudantes dos cursos de Biomedicina e Medicina em Marabá, junto com Ilma Pastana, diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Uepa, para ouvir as necessidades e opiniões dos alunos sobre o processo de construção do novo prédio da universidade.

Mas a reunião não mudou em nada o andamento das obras, que são de responsabilidade do governo. A Uepa diz que o campus da Uepa de Marabá tem recebido equipamentos para os laboratórios de Habilidade Médica e de Pesquisa Cirúrgica. Profissionais de assessoria pedagógica para o curso de Medicina e funcionários para o secretariado da saúde também já chegaram.

O que falta mesmo é inaugurar as instalações, o que parece longe de ocorrer. No local há uma placa citando a “Construção do bloco de saúde no Campus VIII da Uepa”, com valor total da obra em R$ 5.503.606,60 e com prazo de 270 dias corridos para o término das obras, sem citar, contudo, o início dela.

O DIÁRIO tentou contato com a Secretaria de Estado de Obras Públicas (SEOP) durante toda esta sexta-feira, para saber o motivo do atraso e qual o novo cronograma para inauguração. Porém, as ligações caem sempre que as telefonistas do gabinete da secretaria tentam transferir os telefonemas para o setor responsável, que é a Diretoria de Obras.  (Diário do Pará. Foto: Júnior Oliveira).

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