Membros de uma quadrilha foram presos pela Polícia Civil sob suspeita de liderar as invasões em Outeiro, distrito de Belém , e vender lotes ilegalmente. Uma das suspeitas agia junto com as três filhas, tendo ainda a participação de um policial militar que não teve o nome divulgado. As mulheres presas negam as acusações.
De acordo com a polícia, as invasões começaram há dois anos. Mas uma denúncia em março deste ano chamou a atenção: mais um terreno foi invadido com violência, resultando na morte de um PM e duas pessoas baleadas. Uma delas foi atingida no olho e perdeu a visão.
Um homem que pediu para não ser identificado diz que foi uma das vítimas da quadrilha. Ele conta que comprou um terreno em uma área invadida em Outeiro em 2012. O valor do lote seria de 500 reais. Foi dado um prazo a ele para construir a casa em 15 dias, mas como não conseguiu realizar no tempo determinado, o lote foi vendido para outra pessoa. Ameaçado, ele decidiu mudar do local.
“Eu fui tentar pedir o terreno de volta, e eles me ameaçaram, me botaram para correr.
É uma quadrilha. Eles ficam lá na beira da praia. São ratos d´água, todos fortemente
armados. Todos de revólver; ficam dando tiro”, conta.
Após a prisão da quadrilha, outras denúncias estão surgindo.
“São várias pessoas denunciando, reclamando da violência que era implantada na região de Outeiro. E a gente espera com essas prisões se reestabeleça a ordem pública naquele local”, explica o delegado Neivaldo Silva, titular da na Divisão de Investigação e Operações Especiais (Dioe) da Polícia Civil, onde o caso foi registrado.
A situação foi denunciada pela TV Liberal em janeiro de 2012. Com uma câmera escondida, imagens revelaram como a negociação era feita. No dia seguinte, a equipe de reportagem voltou ao acampamento e encontrou uma das mulheres que seria presaa. Mesmo sem saber que estava sendo filmada, negou qualquer negociação de lotes no local. (G1 PA).




