As embarcações que deveriam estar sendo utilizadas para o suporte na área da saúde de pelo menos nove municípios da Ilha do Marajó encontram-se completamente deterioradas e abandonadas dentro da 7ª Regional de Proteção Social da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), no bairro da Cidade Velha, em Belém. As duas mais novas embarcações estão paradas desde 2010 por falta de manutenção.
Enquanto isso, os trabalhadores da Regional permanecem sem exercer suas atividades. “A Sespa ficou de consertar as embarcações, mas o dinheiro sumiu. Iam fazer o trapiche e também não fizeram, isso desde 2010. Eles estão alugando embarcações terceirizadas e as quem têm lá continuam paradas. Os funcionários ficam sem ter o que fazer. Entram 9h e quando dá 14h todo mundo vai embora”, conta um servidor que não quis ser identificado.
As embarcações eram utilizadas para dar suporte a comunidades ribeirinhas de municípios do Marajó, como Salvaterra, Soure, Santa Cruz do Arari, Cachoeira do Arari, Ponta de Pedras, Muaná, Afuá e São Sebastião da Boa Vista. Dentre as atividades executadas, estão o transporte de medicamentos, de agentes que atuam no combate a endemias na região, entrega de mosquiteiros, vacinas e coletas de sangue.
“Tem mais de cinco anos que as embarcações estão abandonadas. E trazem bichos como cobras, mosquitos e camaleão. Tem embarcação que já afundou e outras estão quase afundando. O atual diretor da Regional não conhece nada sobre endemias e não sabe para quais municípios a Regional trabalha”, afirma.
O marítimo aposentado, Mário Leal Lobato, funcionário de um porto próximo ao local, tem presenciado de perto a situação de abandono no local. “O local ficou cheio de mato. Aparecem ratos, cobras mosquitos. É um dano para o meio ambiente e faz falta para o povo ribeirinho, pelo serviço de assistência que era prestado”, assegura.
RESPOSTA
Em nota, a assessoria da Sespa informou que “a maioria das embarcações não têm mais utilidade para navegação. A Sespa ressalta que, o uso dessas embarcações colocaria em risco a vida dos servidores”.
A secretaria esclarece ainda que será feita a recuperação da embarcação Raimundo Dias, que ainda está em condições de transportar passageiros. Reitera ainda que as ações continuam sendo feitas nos nove municípios que abrangem o 7º Centro Regional de Saúde. Há previsão de restruturação do trapiche ainda neste ano”, esclarece. (Diário do Pará. Foto: Fernando Araújo)




