Em menos de 30 dias o número de casos confirmados de gripe suína no Pará quadruplicou. Em 12 de agosto, a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) confirmou 61 casos de infecção pelo vírus H1N1, e, ontem, após a divulgação do último boletim do órgão, é possível observar um salto considerável nas estatísticas da doença no Estado, que encabeça a lista dos que mais registram casos da nova gripe em toda a região Norte: são 248 pessoas infectadas, contrariando, assim, as afirmativas das autoridades em saúde de que a doença estaria estabilizada no Pará.
No boletim de ontem, a Sespa informa que o número de notificações chegou a 847. Das confirmações, 164 foram por exames laboratorialmente testados pelos pesquisadores do Instituto Evandro Chagas e 84 por vínculo epidemiológico, quando é possível diagnosticar a doença através do quadro clínico do paciente. Dois óbitos foram confirmados. Segundo a Vigilância Epidemiológica estadual, 143 casos suspeitos aguardam resultado laboratorial.
Para o médico Newton Bellesi, especialista em infectologia, a capacidade de produzir a doença (virulência) tem se mantido firme desde o início da pandemia. Mesmo com o evidente aumento no número de casos notificados e confirmados, ele acredita que as estatísticas devem cair. ‘O número de casos deve diminuir com o decorrer do tempo e a gravidade da doença deve se manter. A gripe pandêmica não é mais grave que a gripe sazonal (anual). A taxa de letalidade está em torno de 0,3%, ou seja, de cada 300 a 400 pessoas infectadas, uma morre. De forma geral, tudo depende da abordagem de cada caso, da aplicação precoce dos recursos médicos disponíveis’, avalia o especialista.
Diminuição
O infectologista diz que, como a maioria das pessoas não está imunizada, a disseminação do vírus é muito rápida. ‘Conforme as pessoas forem sendo infectadas, o número de casos suscetíveis começará a diminuir, ocorrendo a redução da velocidade de progressão da moléstia, o que já está acontecendo em muitos países, inclusive no Brasil. Vimos que estar infectado não significa estar doente. Muitas pessoas infectadas não apresentam quadro clínico ou um quadro ameno, um mal estar passageiro, como um resfriado comum, mas ficam imunizadas’, explica Newton Bellesi.
A diretora do Instituto Evandro Chagas, Elisabeth Santos, defende a dimuição da circulação do H1N1 no Pará. Segundo ela, à medida que a população se informa mais, vai ficando mais impressionada com a doença e acaba se prevenindo mais. ‘O vírus está estabilizado, sim. As pessoas estão se cuidando mais. Mesmo processando muitos testes diariamente, o ‘Evandro Chagas’ processa a cada dia menos confirmações para o H1N1, o que é proporcional e muito natural’, justifica a pesquisadora. (O Liberal)




