Após dezoito horas de protesto bloqueando a rodovia Transamazônica e impedindo o acesso a Altamira, no sudoeste do Pará, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e os carroceiros do município decidiram liberar o trecho, depois de uma reunião com os representantes da Norte Energia ser marcada. O encontro ainda não tem data e local definidos.
Os carroceiros cobram indenização da Norte Energia, alegando que o início da construção da usina de Belo Monte prejudicou os serviços prestados por eles. Os integrantes do MAB exigem a construção de casas populares para famílias que não cadastradas pela empresa, e que moram em áreas sob risco de alagamento pelas obras da usina. Carroças, animais e pneus foram usados para bloquear a rodovia, complicando o trânsito na região. Apenas ambulâncias tiveram permissão para passar pelo bloqueio.
A Norte Energia informou em nota que a categoria em questão não está incluída como beneficiária do Projeto Básico Ambiental (PBA) da Usina Hidrelétrica Belo Monte, aprovado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama). O ordenamento da categoria está sendo feito pela Prefeitura Municipal de Altamira e a Norte Energia está colaborando com o projeto em desenvolvimento.
Bloqueio
Em Vitória do Xingu, índios de diversas etnias bloqueiam a rodovia Transamazônica, que dá acesso ao Sítio Pimental, onde são realizaas as obras de construção de Belo Monte. Eles dizem que a empresa não está obedecendo as condições impostas pelo Plano Básico Ambiental, e que os direitos dos índios estão sendo desrespeitados. Na última segunda-feira (26), a Norte divulgou uma carta aberta alegando que está investindo em infraestrutura, e que as terras indígenas não serão alagadas. De acordo com a empresa, os únicos que serão remanejados serão os que moram nas cidades.
