Um pedaço de jornal vira cobertor, um papelão transforma-se em parede, e assim, praças, calçadas e esquinas acabam virando as casas das pessoas que são conhecidas como moradores de rua. Em Marabá, não se tem um mapeamento com números precisos, mas visivelmente o grupo composto por crianças, adolescentes, adultos e idosos está se proliferando e a população acende um alerta com a chegada de projetos para a região, que devem provocar grandes impactos sociais e contribuir ainda mais com esse cenário urbano.
Andando por Marabá, é fácil encontrar por todos os núcleos urbanos os Moradores de Rua, que tomam conta de cartões postais da cidade, como a Praça São Francisco e até mesmo a Orla do Rio Tocantins. Apesar de ser uma visão que já se tornou comum no município, a população ainda não se acostumou com esse tipo de situação e também cobra providências.
As praças, por exemplo, acabam habitadas por esses indivíduos que entram no mundo das drogas, da violência, da prostituição, comprometendo o espaço de lazer. Crianças, adolescentes, adultos e idosos tornam-se moradores de ruas por diversas causas, como por questões financeiras, desemprego, problema psicológico, falta de família ou até mesmo por abandono familiar. Eles levam uma vida baseada no hoje e vivem na luta diária para conseguir comida e em alguns casos drogas. Alguns deles tentam conseguir dinheiro trabalhando como pedintes e flanelinhas, mas outros acabam entrando no mundo da criminalidade cometendo roubos e furtos e contribuindo para aumentar o índice de violência que já é alarmante na cidade.
Eles precisam se adaptar ao meio que vivem, por isso, na maioria das vezes utilizam papelões, jornais e plásticos para se protegerem do frio, por exemplo. Muitos não possuem nem o mínimo de higiene pessoal e ficam sem tomar banho, escovar os dentes, enfim, vivendo sem nenhum conforto.
Um levantamento feito pelo órgão revelou que uma porcentagem muito baixa dos jovens não possui casa, sendo que a maioria absoluta tem parentes na cidade. Procurado pela reportagem, o Conselho Tutelar informou que a grande dificuldade enfrentada é que os menores são reconduzidos para suas casas, mas acabam voltando às ruas. Para contornar esse problema, o conselheiro Joarez Oliveira explicou que até o final deste mês será concluído um levantamento junto ao Poder Judiciário e Ministério Público para poder buscar medidas para responsabilizar os culpados, seja ele o poder público ou a própria família.




