O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai iniciar o censo 2010 daqui a quatro meses. No município de Marabá, região sudeste do Pará, os técnicos estão atualizando a cartografia da cidade para, em seguida, começar a contagem populacional e traçar o novo perfil sócio-econômico da região. A expectativa é pela confirmação das projeções de crescimento econômico e contingente populacional em pelo menos 10%. Os setores de infraestrutura, saúde, educação, entre outros itens, também devem configurar no novo mapa com índices favoráveis em relação ao último censo realizado em 2000.
As obras e investimentos do Governo do Estado nas áreas de preceito constitucional (saúde, transporte, segurança pública e educação) devem impulsionar os índices para cima. O técnico de pesquisa do IBGE em Marabá, Melquisanor Gester, diz que ainda é cedo para avaliar de fato as mudanças, mas, de antemão, pode-se dizer que o modelo de gestão participativa implantado pela governadora Ana Júlia Carepa pode revelar a diferença.
Antes disso, diz o técnico, que as decisões sobre os grandes projetos de Carajás eram tomadas em gabinete e o reflexo era quase imperceptível na economia local. “Na época do auge da Serra Pelada, fala-se que a cidade de Curionópolis seria coberta de ouro. Isso não aconteceu. O ouro não ficou na região, mas agora, com a participação popular e as ações planejadas, eu acredito que a situação será bem diferente”, avalia Gester, que trabalha no IBGE há 37 anos e vem acompanhando de perto as mudanças contemporâneas de Marabá e região.
Ainda na avaliação de Gester, o crescimento econômico tem que ser sinônimo de socialização de riqueza na região. Melquisanor Gester acredita que, à medida que o Governo Popular aumenta a participação da sociedade nas discussões sobre os investimentos, maior é a chance de inserção no mercado de trabalho e alcance na qualidade de vida. O fato de a governadora Ana Júlia Carepa ter solicitado que mão-de-obra de Marabá fosse priorizada, é uma prova que os indicadores econômicos podem mudar significativamente no futuro.
Maior
Pelos censos passados, a cidade de Marabá já demonstrava alguns avanços. A renda per capita, por exemplo, era de R$ 15.857, em 2007; bem maior que a de Belém, em que a mesma renda é de R$ 9.793. Com a oferta de empregos gerada pelos empreendimentos do Governo do Estado, a renda marabaense deve subir 5%, conforme previsão dos economistas locais. A recuperação do mercado de ferro-gusa, mais afetado com a queda internacional no preço dos produtos, tem previsão de circulação em R$ 2,5 bilhões só com os negócios da cadeia mineral.
Os segmentos da pecuária, segundo na lista de maior movimentação financeira, e de prestação de serviços, terceiro lugar na pirâmide do desenvolvimento local, também devem ser impulsionados com a recuperação de 30% do mercado guseiro e da ampliação da siderurgia, com destaque para o empreendimento da Alpa calculado em US$ 3,7 bilhões.
Em outros patamares, Marabá também figura com números significativos: 102.733 eleitores, 14 partidos políticos; 46.318 alunos estão matriculados no ensino fundamental; 11.981 alunos no ensino médio; 2.447 empresas propiciam a ocupação para 33.904 funcionários. O município também possui 11 agências bancárias. Estes números são relativos ao período de 2007. A população da cidade, maior preocupação das autoridades públicas, teria chegado aos 203.049, conforme projeção do IBGE.
Segundo a chefa da agência de pesquisa do IBGE em Marabá, que também abrange outros 13 municípios, Tereza Penha, os números com a nova cara de Marabá só devem ser conhecidos no final do ano, após a catalogação dos dados do censo 2010. “Estamos trabalhando para realizar um grande trabalho a partir do mês de agosto”, disse. (Selma Amaral)




