Em menos de um ano, terceira troca no Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (IGEPREV). O governador Siqueira Campos (PSDB) deu posse nesta segunda-feira, 16, a Francisco Flávio Sales Barbosa, 72 anos, sem chamar a imprensa, em uma cerimônia restrita. Ele assume no lugar de Rodrigo Alexandre Oliveira, que esteve à frente do instituto pouco mais de dois meses, ele substituiu o Rogério Villas Boas, que tomou posse em janeiro, no lugar de Lúcio Mascarenhas.
A gestão do fundo previdenciário dos servidores públicos do Estado, feita pelo IGEPREV, está sendo investigada pelo Ministério da Previdência Social (MPS), Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MPE).
O MPS já constatou que R$ 298 milhões foram aplicados irregularmente, sendo que R$ 153 milhões são de valores já considerados perdidos. O ministério ainda destaca que a gestão foi conduzida por profissionais não qualificados para avaliar possíveis riscos nas aplicações. Informação publicada pelo Jornal do Tocantins na edição de domingo.
Dentro de uma equipe sem quadro especializado em aplicações, Barbosa tem no currículo 32 anos de experiência no Banco Central, geriu instituições financeiras como Banco Regional de Brasília (BRB) e foi interventor do Banco Econômico S/A.
Conforme a ATN, Siqueira justificou a escolha de Barbosa porque contribuirá com a sua experiência e credibilidade no setor financeiro nacional. Após a posse, o novo presidente visitou o IGEPREV e ressaltou que sua primeira medida será a realização de um levantamento das contas do instituto. Ele destacou que analisará o total do ativo e passivo e também irá garantir o direito dos servidores a aposentadoria.
Oliveira, que estava acumulando as presidências do IGEPREV e da Agência Fomento, volta a ficar apenas com um cargo. Segundo a ATN, sua saída foi a pedido dele.
Levantamento
O novo presidente, assim como Oliveira, assume o IGEPREV com o mesmo discurso: fazer um levantamento das contas do instituto. Oliveira disse que realizaria uma auditoria, mas o MPE questionou a contratação de uma empresa para essa finalidade com dispensa de licitação.
Além dos apontamentos do MPS e investigações do MPF e MPE, o IGEPREV é citado nas escutas feitas pela Polícia Federal, na operação Miqueias, de conversas do doleiro Fayed Treboulsi. Ele também cita o nome de Rogério Villas Boas, ex-presidente do IGEPREV.
Villas Boas deixou a presidência do IGEPREV, no dia 27 de setembro, mesmo período em que o relatório da operação foi divulgado. A PF desmontou um esquema especializado em fraudar aplicações de fundos previdenciários. (Com informações do Jornal do Tocantins)




