Começam a chegar a Belém, nesta sexta-feira (16), os trabalhadores rurais sem terra que vão participar do acampamento e da programação anual que lembra o episódio de Eldlorado de Carajás, onde 19 trabalhadores foram mortos em confronto com a Polícia Militar, no local conhecido como ‘Curva do S’, em Eldorado do Carajás. A estimativa é que mais de oitocentas pessoas acampem na Praça da Leitura, em São Brás.
Segundo a coordenação do MST no Pará, são esperados mais de 10 ônibus trazendo trabalhadores dos municípios das regiões norte e nordeste como Castanhal, Irituia, Capitão Poço, Abaetetuba, Moju, Acará, Bujaru, Barcarena, Benevides, Santa Bárbara, entre outros. ‘Vamos começar a construção das barracas assim que os trabalhadores chegarem’, informa Viviane Brígica, da coordenação estadual do MST.
Depois que estiverem instalados, os trabalhadores vão participar de um ato de abertura da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, às 19 horas, onde recebem informações da programação que acontece no sábado (17), dia em que ocorreu o massacre.
Programação
No sábado (17), pela manhã, eles participam de uma caminhada que sai do acampamento da Praça da Leitura em direção ao Instituto Federal do Pará (IFPA), antigo CEFET, na Avenida Almirante Barroso, onde haverá uma série de programações durante todo o dia. Pela manhã haverá painéis sobre a conjuntura agrária e nacional. À tarde as discussões giram em torno das lutas sociais na Amazônia com painéis de vários movimentos sociais, sindicais e ribeirinhos.
À tarde, tanto em Belém, como na ‘Curva do S’, em Eldorado de Carajás, onde ocorreu o crime, haverá programação religiosa para lembrar a morte dos trabalhadores rurais. As duas acontecem simultaneamente às 17 horas, horário em que ocorreu o massacre.
Caso
O massacre de Eldorado completa 14 anos em 2010. Em 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores rurais sem terra morreram e 69 ficaram mutilados em confronto com a Polícia Militar, na ‘Curva do S’.
Dos 144 acusados apenas dois foram condenados, o coronel Mário Collares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira, mais ambos aguardam em liberdade, a análise de recurso a sentença. (Portal ORM)
