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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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PARÁ: Garoto entra no mundo do crime aos 12 anos

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Qualquer indivíduo que presenciasse o diálogo entre um menino de 12 anos e outro de 16 anos, ontem pela manhã na Seccional do Paar, em Ananindeua, inevitavelmente ficaria surpreendido, estarrecido, chocado, assustado, impressionado, enfim. Simplesmente, não faltariam adjetivos para classificar o fato.

O motivo pelo qual os dois encontravam-se na unidade policial, provavelmente, pode não surpreender algumas pessoas. Mas a forma cômica, que num primeiro momento, destaca-se pela inocência das declarações, logo é superada pelo sentimento de tristeza, à medida que revela a realidade socioeconômica, vinculada à criminalidade, em muitos bairros da Região Metropolitana de Belém.

Sentados em uma das salas da seccional, os dois meninos esbanjaram descontração e desenvoltura, enquanto Valdiney, de 30 anos, e a polícia aguardavam uma revelação de um dos dois, que indicasse onde encontra-se o vídeo game Play Station. O aparelho foi furtado da residência de Valdiney, na tarde de anteontem, na rua Forte Príncipe, próximo à loja Manolitto, no Paar.

De acordo com a vítima, vizinhos confirmaram que avistaram os dois meninos no portão da casa, quando o garoto de apenas 12 anos, entrou e depois saiu com o aparelho. Valdiney alega ainda que um mototaxista afirma ter realizado uma corrida com o garoto, sendo que ele portava o vídeo game.

Após o registro do furto, policiais da Seccional do Paar passaram a procurar pelo garoto. Na manhã de ontem, ele foi encontrado em sua casa, na alameda São Pedro, próximo da famosa rua da Morte, também no Paar. Ao ser detido, o menino disse que seu parceiro de 16 anos era quem estava com o vídeo game. Então, ele foi procurado e levado para a seccional.

Frente a frente, os dois meninos começaram a se acusar mutuamente, além de alternarem inocentes revelações. “Eu vendi o Play por R$ 180,00”, revelava o menino de 12 anos. Depois, ele voltava a atrás e desconversava. “A minha língua tá presa, não posso falar nada”.

Em outro momento, ele indagava seu parceiro de 16 anos. “Tu ‘poeirou’ o dinheiro da venda do Play? Nem compraste uma roupa de marca pra ti”. Mas, no final das contas, os dois nunca revelavam o que, realmente, foi feito com o aparelho.

Cláudia Gonçalves da Silva, 39 anos, mãe do menino de 12 anos que acompanhou a ida de seu filho à unidade policial, garantiu ao DIÁRIO DO PARÁ, sem titubear, que seu filho consome maconha há pelo menos dois anos. Ou seja, desde os 10 anos de idade! Entre uma brincadeira e outra, o menino fez o seguinte comentário: “tô doido para chegar em casa e fumar um ‘bagulho’ (maconha) que tá escondido no armário”.

A mãe do garoto, que é vendedora de amendoim, revelou que no ano passado conseguiu matriculá-lo em uma escola na estrada do Curuçambá, mas ele nem fez questão de frequentar.

Ela relatou ainda que o menino é fruto de uma relação com um homem, que atualmente é funcionário dos Correios, porém, não reconhece a paternidade do filho. Nesse momento, o garoto interrompe a mãe e diz: “eu não queria nem o dinheiro dele, só a pistola dele, para atirar que nem em filme de ‘bang bang’”.

Enfim, foi um turbilhão de comentários e revelações que se perderam em meio à dinâmica da conversa.

Por fim, diante das provas e confissões, os dois adolescentes foram encaminhados para a Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), da Polícia Civil, que fica em Belém. (Diário do Pará)

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