A busca ativa de pacientes no interior do Pará que podem estar com algum tipo de hepatite, mas que ainda não desenvolveram sintomas, foi um dos assuntos abordados pelo secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, em entrevista concedida na segunda-feira (30) ao jornalista Nivaldo Coelho, da Assessoria de Comunicação do Departamento Nacional de DST/ Aids e Hepatites do Virais do Ministério da Saúde.
A reportagem será publicada pela revista “Positiva”, a ser lançada durante o IX Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids e o Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, que acontecerão no Parque Anhembi, em São Paulo, entre 28 e 31 de agosto deste ano. O tema central do evento discorre sobre “Sistema de saúde, redes comunitárias e o desafio de fazer prevenção”.
Durante a entrevista, Helio Franco lembrou o quanto as hepatites podem ser traiçoeiras por conta da evolução lenta e silenciosa, o que dificulta o diagnóstico precoce. “Desde o início da nossa gestão, em janeiro de 2011, temos intensificado as ações contra a doença e uma delas é a busca ativa de pacientes assintomáticos, seja nas programações de veraneio, em julho, e no carnaval, em fevereiro”, destacou.
O secretário ressaltou também a adoção do teste rápido para os tipos B e C durante as ações do programa Presença Viva, inserido na Caravana Pro Paz, que está sendo levada aos municípios da ilha do Marajó desde fevereiro deste ano. “O teste rápido foi uma conquista, pois até então não havia tido busca ativa nos municípios por meio das ações itinerantes de saúde do governo do Estado”, completou a coordenadora estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão, que acompanhou a entrevista.
“Queremos muito chamar a atenção da população sobre as hepatites e, por isso queremos acolher os pacientes o mais cedo possível. Com o diagnóstico precoce, podemos orientá-los para evitar a transmissão da doença e encaminhá-los para o tratamento adequado. Dessa forma, o organismo responderá melhor à medicação e o paciente terá mais qualidade de vida”, alerta.
Prevenção
De evolução lenta e silenciosa, as hepatites têm virado motivo de preocupação para as autoridades de saúde, uma vez que quatro milhões de brasileiros estão contaminados pelas formas B e C da doença. Em 2011, o Pará registrou 250 casos de hepatite B em 2011, e 23 casos até agora, em 2012; 79 casos de hepatite C em 2011 e dois casos, até o momento, em 2012. Apenas a do tipo B pode ser prevenida com vacina. Para o tipo C há tratamento.
Demais assuntos relacionados ao combate e tratamento das hepatites no Pará, como o projeto Echo, a carência de profissionais hepatologistas no interior do Estado e a ampliação da cobertura vacinal em 100% da população indígena também foram destacados pelo secretário Helio Franco durante a entrevista, que poderá ser vista na íntegra também para download no site www.aids.gov.br, seção “Documentos e Publicações”.
Publicada a cada dois anos, a revista “Positiva” apresentará reportagens e artigos que abordam ações nas áreas de diagnóstico, assistência, tratamento, prevenção, sociedade civil, direitos humanos, cooperação externa, pesquisa científica, comunicação e educação e saúde. Segundo Nivaldo Coelho, com a publicação será possível conhecer e reconhecer experiências bem-sucedidas no tratamento de HIV/ Aids e hepatites virais em todas as regiões do País, a partir de trabalhos do Ministério da Saúde, secretarias estaduais e municipais e parceiros governamentais e não-governamentais.
Os desafios e avanços dos programas estarão nas reportagens, que mostrarão como os profissionais de saúde trabalham conjuntamente prevenção, assistência e tratamento da aids e temas como drogas, preconceito, religião, saúde mental e diversidade sexual, entre outros.




