Dados relacionados à inflação no setor da construção civil foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apontaram o Tocantins como o Estado em que foi registrada a maior alta de preços do setor: 3,65% no mês de março. Conforme o IBGE, a taxa, medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), decorre da pressão exercida pelo reajuste salarial.
Segundo representantes do setor a taxa inflacionária medida pelo IBGE decorre não apenas dos reajustes salariais, mas, de forma decisiva, da escassez de mão de obra qualificada, do crescimento da demanda e das grandes obras que vieram ou que estão em andamento no Estado.
O presidente do Sindicato da Habitação do Tocantins (Secovi-TO), o vereador Fernando Rezende (DEM), discorda do IBGE e diz que a alta da inflação não foi provocada simplesmente pela pressão dos reajustes salariais. Na opinião dele, ela decorre da escassez da mão de obra qualificada, pois ela força o setor a importar trabalhadores e isso acaba elevando o valor dos salários pagos. Rezende explica que a diária de pedreiro no passado equivalia ao valor de um saco de cimento de 50 quilos. “Hoje, a diária do pedreiro custa de quatro a cinco vezes mais que o saco de cimento e a do servente segue cálculo semelhante, só que o valor de meio saco”, informa.
PIB
Ao considerar o contexto das grandes obras nacionais, como aquelas que acontecem em função da Copa do Mundo e a Ferrovia Norte-Sul, o presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil no Estado do Tocantins (Sinduscon-TO), Paulo Eduardo Tavares Vieira, afirma que o segmento vem acompanhando o ritmo do crescimento nacional, sendo que o mercado tocantinense é um dos que mais cresce no Brasil.
Para Vieira, o reflexo desse crescimento impacta na taxa de inflação e é confirmado também pela participação da construção civil no Produto Interno Bruto (PIB) industrial. Segundo ele, em nível nacional o PIB corresponde a 20%, mas no Tocantins chega a 56% (dados da Secretaria Estadual do Planejamento e Modernização da Gestão Pública – Seplam).
Com relação à mão de obra, o presidente do Sinduscon-TO, afirmou ser ela um gargalo a enfrentar ainda pelos próximos anos. Destacou, contudo, que houve avanços e que eles aconteceram em razão da implantação de programas de incentivo à capacitação realizados em parceria pelo Sinduscon, Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Feito) e Serviço Nacional da Aprendizagem Industrial (Senai).
Saiba Mais
Pesquisa A pesquisa do IBGE mostra que a inflação total medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) no País fechou em 0,31%, uma diferença de 0,21% em relação ao mesmo período de 2011 (0,52%). A variação acumulada do índice na Região Norte ficou em 1,70% nos três primeiros meses do ano. (Jornal do Tocantins)




