Durante toda a manhã de terça-feira (17) ocorreu grande ato público na “Curva do S”, em Eldorado do Carajás, para lembrar os 16 anos do Massacre de Eldorado. Foi o episódio mais sangrento na história recente da luta pela posse da terra no Pará: 19 trabalhadores rurais sem-terra foram mortos pela Polícia Militar. Entidades que militam pela reforma agrária e ativistas de direitos humanos participaram do ato na BR-155 (antiga PA-150), onde ocorreu o massacre. A estrada foi bloqueada por jovens de vários assentamentos. Além dos protestos, 200 manifestantes promoveram debates em Eldorado.
Depois de 16 anos do massacre, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Marabá, faz uma avaliação do que mudou nesse período em relação à Reforma Agrária, violência no campo e à impunidade dos assassinos que compõem o cenário dos conflitos agrários na região sul e sudeste do Pará.
Para o advogado da CPT/Marabá, José Batista Gonçalves Afonso, pouca coisa mudou, já que depois do massacre aconteceram mais de 200 assassinatos no campo. “Embora tenham sido criados muitos assentamentos, a Reforma Agrária não oferece condições favoráveis de infraestrutura, acesso ao crédito, assistência técnica e de melhorias no processo de produção. Com isso, muitos assentados passam por dificuldades para permanecerem nos seus lotes nos assentamentos. Também não tivemos avanços na questão da punição dos responsáveis pelo crime na “Curva do S”, enumera Batista. (Diário do Pará)




