
A obra da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, oeste do Pará, já atrai trabalhadores de todas as regiões do País. Apesar da migração em busca de trabalho, a empresa Norte Energia, que constrói a usina, diz que a prioridade é utilizar a mão de obra da região. Com isso, o Sistema Nacional de Emprego (SINE) de Marabá já selecionou e enviou 180 trabalhadores que foram absolvidos pela empresa que constrói a usina.
Segundo Luana Bastos, coordenadora do SINE de Marabá, a empresa Norte Energia já levou para Altamira pedreiros, carpinteiros, soldadores, ferreiros armadores, mestres de obras, e ajudantes de obras.
Entre as 2 mil vagas previstas, a empresa pretende contratar nesta região as seguintes funções: eletricista, operador de máquinas pesadas, encanador hidráulico, técnico de segurança do trabalho, entre outros. “Essas pessoas contratadas vão trabalhar para várias empresas terceirizadas. Nossa função, no SINE, é identificar e atrair pessoas qualificadas. Como a Norte Energia não tem escritório em Marabá, a empresa faz a seleção aqui em uma sala do SINE e os profissionais já saem com a Carteira de Trabalho assinada”, revela.
Normalmente, passam pelo SINE de Marabá entre 200 a 250 pessoas por dia, apenas para encaminhamento ao mercado de trabalho. Todavia, em função das contratações para Belo Monte, esse número subiu para uma média de 350 pessoas.
Outros cursos
A SINE de Marabá promove dezenas de cursos de qualificação através de parcerias com vários órgãos. No mês de fevereiro iniciou o projeto “Esta vaga é minha”, com palestras que acontecem todas as quintas-feiras. Os usuários cadastrados no Sine fazem uma pré-inscrição, e participam de uma qualificação de quatro horas.
“A gente prepara o usuário para uma entrevista de sucesso, ensinando sobre comportamento, postura, vestimenta e o que falar durante uma entrevista de emprego. Às vezes um candidato tem até um bom currículo, mas na hora da entrevista se perde e não consegue dar as respostas adequadas”, explica Luana.
Atualmente, segundo ela, o empregador abre uma vaga e comunica ao SINE, que tem de encaminhar à empresa entre seis a dez pessoas para serem entrevistadas. “Tentamos acelerar e preencher essas vagas o mais rápido possível”, diz.
O Bolsa Trabalho, programa do governo do Estado, voltará em abril deste ano e já há cerca de 600 bolsistas cadastrados para retornar ao projeto, devendo ser oferecidos cerca de 80 novos cursos. “Mas temos também uma parceria através do Programa Estadual de Qualificação, que é permanente e atende centenas de pessoas. Em outubro último, pedimos ao governo do Estado 20 cursos, mas só foram enviados oito, os quais estão em fase de conclusão”.
Em janeiro último, o SINE finalizou uma gama de cursos em parceria com a Vale, em que 12 mil pessoas certificadas. O programa absorveu recursos da ordem de R$ 7 milhões.
“Preparamos um documento para a mineradora revalidar o programa, em função da grande demanda de pessoas que busca por qualificação”.
Luana observa que o mercado está mais exigente e as empresas que chegaram à cidade recentemente querem pessoas bem qualificadas e que ofereçam atendimento diferenciado, como é o caso das franquias do Bobs e Subway. (Ulisses Pompeu – Correio Tocantins)




