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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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Raimundo Boi pede exoneração da Saúde. Nepotismo pode ser a causa

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O médico e ex-governador Raimundo Nonato Pires dos Santos deixou nesta quinta-feira, 1º, a pedido, o comando da Secretaria de Estado da Saúde. Em seu lugar assumiu, interinamente, o médico José Gastão Almada Neder. Em sua carta de pedido de exoneração Raimundo Pires afirma que “tudo fiz, além das minhas forças, para bem conduzir a missão que me foi confiada pelo grande amigo de levar a bom termo as políticas públicas de saúde em benefício do povo do Tocantins”.

Segundo informações da Secretaria de Comunicação Social (Secom), o ex-secretário disse ao governador Siqueira Campos (PSDB) que saía para cuidar de suas atividades particulares. Esclareceu que encontrou circunstâncias adversas que se antepuseram “a essa jornada cívica que me pus a empreender no intuito verdadeiro de servir ao meu Estado e colaborar, com o melhor de mim, com a Administração do grande amigo, em seu quarto mandato de Governador.” O que lhe conforta, segundo Raimundo Pires, é a certeza de que as enormes dificuldades que ainda restringem o desempenho da prestação dos serviços de saúde no Estado vêm sendo superadas a passos largos a cada dia, graças à compreensão de todos e da participação de cada um.

Denúncias

O secretário Raimundo Boi deixa o comando da Sesau sob denúncias de nepotismo. Segundo informações veiculadas na imprensa local, Boi teria nomeado, entre janeiro de 2011 a janeiro de 2012, nada menos que 17 parentes, alguns deles em cargos de direção e assessoramento.

Raimundo Boi empregou na estrutura da Secretaria de Saúde, seis sobrinhos, três primos, uma filha, uma enteada, dois cunhados, um ex-genro e até a mãe de uma filha. Isto tudo aí, claro, com funções de confiança, de auxiliar administrativo, coordenadores, assistentes, gerentes de núcleo e assessores especiais DAS 10. Para não ser incomodado, não se fez de rogado: nomeou como Ouvidor (isso mesmo, Ouvidor) da Secretaria de Saúde, outro parente, Nilson Viana Pires (Ato Normativo 212). Aliás, este até o início do ano era o presidente da Comissão de Licitação da Secretaria de Saúde. Ou seja, se já efetuava as compras determinadas pelo tio secretário porque não ser o ouvidor da Secretaria para domar as “críticas” de pacientes sobre atendimentos? Ouvir as reclamações e levá-las a quem de direito para solucioná-las. Processar feed-backs contrários sem stressar o secretário para quem registraria os elogios, afinal o trabalho é arduo e o secretário já teve um problema cardíaco, não pode, portanto, sofrer contrariações.

O preciosismo do Secretário poder-se-ia explicar, dando de barato, pelo fato de sentir mais confiança nos parentes que em outras pessoas. E Boi é um homem honrado, tem história. Mas é da vida. Parente é parente e não se pode deixar na mão. O problema é a danada da lei introjectada bem no meio destas relações justamente para evitar esse compadrio familiar com uso de instrumentos públicos (do público). E ele se dá ainda em outras áreas estratégicas da Secretaria. Exemplo: a comissão que procedeu a seleção das organizações sociais de saúde (Portaria Sesau 388, de 22 de julho de 2011) é composta por sete membros. Dentre eles, o Secretário, sua filha e uma sobrinha. Os três principais cargos da comissão. Ou seja, 42% da comissão é formada por uma mesma família.

E o que dizer do núcleo gestor que tem como finalidade subsidiar os trabalhos realizados pela Comissão de Acompanhamento e Fiscalização dos Contratos de Gerenciamento celebrados com as Organizações Sociais de Saúde (Portaria Sesau 559, de 1º de setembro de 2011). Ela é presidida pelo Secretário, auxiliado, nos dois principais cargos, por uma filha e uma sobrinha, num grupo de 10 pessoas. Em ambas as comissões, é bem provável não houvesse outra pessoa a ser indicada pelo secretário num universo dezenas de milhares de servidores efetivos do governo estadual.

O governador lamentou a saída do amigo e profissional, mas disse entender os motivos que levaram Raimundo Pires a tomar a decisão de deixar o Governo. Siqueira afirmou que Pires continuará como um dos consultores sempre acionados na questão da saúde pública no Estado e reafirmou a profunda amizade e confiança entre as duas famílias, que remonta à década de 1970. Para Siqueira, o ex-secretário é uma das pessoas mais íntegras e leais que conhece.

Perfil do interino

Com 59 anos de idade e 35 de experiência profissional, Gastão Almada Neder é formado em Medicina pela faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro. Pós-graduado em Ciências Políticas, pela Adesg-TO e Universidade Federal do Tocantins. MBA em auditoria nos sistemas de saúde pelo IBPEX. Ocupou cargos em instituições nacionais como o de coordenador de Auditoria Médica da Unimed – Confederação Norte Oeste. Foi Secretário Municipal de Saúde da capital, vice-presidente da Associação Médica do Tocantins, presidente do Cosems (Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Estado do Tocantins), presidente do Conselho Municipal de Saúde de Palmas, suplente do vice-presidente da região norte do Conasems (Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde) e vice-presidente da região norte desta entidade. (Com informações do Portal CT e Blog do Luís Armando)

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