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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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Laurez revela rombo oculto no Igeprev e detecta R$ 300 milhões prestes a prescrever

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A nova condução do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev) foi detalhada nesta segunda-feira, 24, durante coletiva no Palácio Araguaia. Embora o evento tenha destacado avanços, o foco central foi a exposição de problemas estruturais que se acumularam ao longo dos anos e que impactaram diretamente a segurança financeira do sistema previdenciário estadual. O governador Laurez Moreira e a presidente do instituto, Bárbara Mendes, apresentaram um diagnóstico completo das falhas herdadas e das ações emergenciais adotadas para conter prejuízos, recuperar recursos e reorganizar o fluxo de concessões.

Um dos pontos mais delicados revelados pela gestão é o volume de pagamentos indevidos a segurados — uma distorção que, segundo o governo, se arrastou por anos. Apenas na atual administração, foram instaurados 426 processos de cobrança, referentes a valores pagos irregularmente e que somam R$ 1.415.478,03. Todos os beneficiados já foram notificados para realizar a devolução, em cumprimento às orientações da Procuradoria-Geral do Estado. O caso expõe uma falha sistêmica: o sistema utilizado anteriormente para processar a folha funcionava de forma manual, permitindo duplicidades e lançamentos retroativos acima do devido.

Outro problema estrutural identificado envolve a área financeira e previdenciária. Um levantamento interno apontou cerca de R$ 300 milhões em processos de compensação previdenciária prestes a prescrever, valor que poderia ter sido perdido caso o instituto não agisse a tempo. Diante do risco, foi montada uma força-tarefa para acelerar os trâmites e evitar que o montante fosse descartado por falta de ação administrativa. O governador classificou o achado como um “rombo silencioso” que exigia resposta imediata para proteger o patrimônio previdenciário do Tocantins.

Além disso, o passivo de irregularidades inclui fundos de investimento classificados como “estressados”, herdados de gestões anteriores, que reduziram a rentabilidade do instituto. Para reverter esse cenário, a atual administração tem priorizado investimentos mais conservadores, principalmente em títulos públicos e ações, enquanto prepara a estrutura do Igeprev para operar empréstimos consignados com taxas reduzidas aos servidores — medida que também busca ampliar as receitas da autarquia.

No campo operacional, o impacto da falta de modernização também foi evidente. A presidente do instituto explicou que processos de concessão de benefícios chegavam a demorar até dois anos, acumulando filas e prejudicando servidores que dependiam do reconhecimento rápido de direitos. A situação começou a mudar após reestruturação do quadro de pessoal, reorganização do fluxo interno e integração de pareceres jurídicos mais ágeis da PGE. Com isso, a concessão caiu para cerca de três meses, e, em alguns casos, apenas um mês. A equipe já analisa processos de setembro e projeta manter a fila estabilizada.

A modernização tecnológica, apontada como base para corrigir falhas antigas, envolveu automatização dos cálculos da folha, redefinição de equipes e abertura de sindicâncias para apurar responsabilidades. Para a gestão, estancar o problema foi apenas o primeiro passo; agora, o foco é recuperar valores, reestruturar fluxos e evitar novas falhas.

Mesmo com avanços reconhecidos, o relatório apresentado reforça que o Igeprev ainda enfrenta impactos de práticas ultrapassadas, fragilidades administrativas e atrasos que exigiram correções profundas. O governo afirma que seguirá ampliando o monitoramento, revisando procedimentos e fortalecendo a governança para garantir previsibilidade, segurança e clareza na administração dos recursos previdenciários dos servidores tocantinenses.

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