O Pará deve gerar mais de 20 mil postos de trabalho apenas no que vem, segundo estimativas do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciências e Tecnologia (Sedect).
A previsão otimista tem como base, principalmente, a retomada de vários investimentos privados, em especial no setor mineral, além dos investimentos previstos para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os números vão representar, pelo menos, o dobro do que foi registrado em 2008, quando o Pará teve um saldo positivo de 8.726 empregos formais.
Entre os setores que vão embalar o crescimento do Estado no próximo ano, destacam-se comércio, serviços, indústria de transformação e construção civil. Cidades do interior, como Marabá, Curionópolis, Canaã dos Carajás, Tucumã, Ourilândia do Norte, Barcarena, Paragominas e Altamira ganham destaque nesse novo mapa do emprego que está sendo traçado.
‘A perspectiva é a melhor possível, principalmente levando-se em conta os novos empreendimentos que serão instalados. O Polo Siderúgico de Marabá, que deverá ter agora duas siderúrgicas, vai atrair novas empresas da cadeia produtiva metalúrgica, que juntas abrirão oportunidades de investimentos e novos negócios, gerando efeitos multiplicadores sobre toda a estrutura produtiva da economia do Estado, principalmente com a ampliação das oportunidades de emprego no mercado de trabalho’, afirma Adejard Cruz, diretor de Desenvolvimento Econômico da Sedect.
Segundo ele, as regiões que vão gerar mais emprego são a de Carajás, por conta do polo siderúrgico e de outros investimentos minerais, Xingu com a implantação da Usina de Belo Monte e a região do Baixo Amazonas, onde teve início este ano o projeto da Alcoa, além da própria Região Metropolitana de Belém. ‘No setor público, há expectativa de se iniciarem em 2010 as obras da usina de Belo Monte. E o governo do Estado deve dar continuidade à obras de infraestrutura já iniciadas e que são estratégicas para o desenvolvimento do Pará, como a implantação dos parques de ciência e tecnologia e a ZPE de Barcarena’, detalha.
Economia
Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese, explica que em 2007 o Pará obteve os maiores índices de geração de emprego de sua história, com saldo positivo – entre admitidos e demitidos – de 28 mil postos de trabalho. Porém, em 2008, no auge da crise, os números despencaram e o Estado fechou o ano com saldo inferior a 9 mil empregos. Este ano, até outubro, o saldo já se iguala ao número registrado durante todo o ano passado. A expectativa, agora, é que o índice volte a disparar e alcance os mesmos patamares de 2007.
‘Vamos ter um crescimento de empregos em números desejáveis no ano de 2010’, afirma Sena. Tudo vai depender, no entanto, de como a economia paraense vai se comportar neste ano. Estimativas do governo federal dão conta que o Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer entre 4% e 6% no próximo ano. Sena afirma que, se o Estado seguir o mesmo caminho – como prevê a Sedect -, as expectativas serão concretizadas. ‘O Pará tem condições de fazer isso. Porque, se crescer só 1%, aí não muda nada. Mais se crescer mais de 4%, voltaremos a ter um saldo acima de 20 mil empregos’, afirma. (O Liberal – Keila Ferreira)




