
A ex-senadora Kátia Abreu elevou o tom ao criticar o deputado federal Eli Borges (PL) por apoiar a chamada PEC da Blindagem, aprovada na Câmara nesta semana. Em publicação nas redes, ela questionou a justificativa apresentada pelo parlamentar a seus seguidores: “Deputado você não tem vergonha de mentir descaradamente aos fiéis de sua igreja? Você é cínico e covarde e ainda usa o nome de Deus em vão. O fogo do inferno te espera”, afirmou.
O embate ocorre em meio à polêmica da proposta que condiciona a abertura de ações criminais contra deputados e senadores à autorização prévia do Parlamento. Para críticos, entre eles especialistas e organizações de combate à corrupção, a medida pode ampliar a margem de impunidade e favorecer desvios ligados ao uso de emendas parlamentares. A fala de Kátia Abreu ecoa essa preocupação ao atribuir a Borges uma tentativa de “blindagem” sob argumento religioso.
Eli Borges, por sua vez, sustenta que a PEC busca resguardar o exercício do mandato contra “interferências indevidas” do Judiciário e eventuais perseguições políticas. Em suas redes, o deputado defendeu que a filtragem pelo Legislativo preserva a separação de Poderes e não representa salvo-conduto para crimes, tese rechaçada por opositores, que veem na proposta um retrocesso no enfrentamento à corrupção.
Com a aprovação na Câmara, a disputa narrativa ganhou força: de um lado, a cobrança por transparência e responsabilização sem privilégios; de outro, a defesa de garantias institucionais aos mandatos parlamentares. O episódio expõe o grau de polarização em torno da PEC e antecipa novos embates quando a matéria avançar nas próximas etapas de tramitação.




