
Produtores rurais, gestores municipais e representantes de entidades do Bico do Papagaio se reuniram na última terça-feira, 6, em Tocantinópolis, no Bico do Papagaio, para debater o projeto de lei do Zoneamento Ecológico-Econômico do Tocantins (ZEE-TO). O encontro, realizado no auditório da Agronorte a convite da Associação dos Produtores Rurais do Bico do Papagaio (ProBico), contou com a apresentação técnica do engenheiro agrônomo João Victor Galvão, da empresa Cerrados Florestal, que destacou a importância de conhecer as diferentes zonas previstas no estudo e seus potenciais impactos econômicos e ambientais.
O presidente da ProBico, Luciano Vilela, questionou critérios técnicos da proposta, citando a classificação de áreas como ZDI, de baixa capacidade de uso do solo, que segundo ele não representam nem 2% do Estado. Vilela comparou os dados do projeto ao levantamento da Embrapa, que aponta que cerca de 80% do Tocantins estaria no grupo A, com maior aptidão para uso agropecuário, enquanto a proposta do ZEE restringe esse percentual a 41%.
Para o presidente do Sindicato Rural de Araguaína, Wagner Borges, a mobilização social é essencial diante de um projeto que, segundo ele, pode limitar o desenvolvimento econômico. Ele defendeu que a agricultura brasileira já preserva grande parte do território e que novas restrições deveriam considerar dados atualizados e avanços tecnológicos do setor. Gilmar Carvalho, diretor da Agronorte, alertou para riscos específicos a Tocantinópolis, lembrando que 60% do território municipal já é composto por reserva indígena e que a proposta, no formato atual, poderia inviabilizar atividades econômicas e indústrias locais.
O encontro reuniu ainda representantes do Sindicato Rural de Tocantinópolis, prefeitos, secretários municipais, vereadores e lideranças do agronegócio da região. Para os participantes, a discussão é fundamental para garantir que o ZEE-TO seja um instrumento de planejamento que concilie preservação ambiental e desenvolvimento sustentável, evitando prejuízos socioeconômicos aos municípios do Estado.




