Nos dias 8 e 9 de novembro, a Articulação Tocantinense de Agroecologia (ATA) reuniu diversas entidades do Bico do Papagaio em uma oficina histórica dedicada à construção de uma proposta de Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica. Com o apoio de associações e movimentos locais, a iniciativa visa criar uma política pública que fortaleça práticas sustentáveis, resgate saberes tradicionais e valorize a produção orgânica na região.
Dentre as organizações participantes, destacam-se a Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (ASMUBIP), o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), e a Escola Família Agrícola do Bico do Papagaio (EFA BIP). Representantes dessas entidades reforçaram a importância da agroecologia para garantir a segurança alimentar e proteger o meio ambiente, destacando o impacto das mudanças climáticas e a necessidade de uma produção rural sustentável.
Francisca Pereira Vieira, quebradeira de coco e coordenadora do MIQCB, enfatizou a importância da agroecologia para a preservação ambiental e o combate às mudanças climáticas. “A agroecologia é essencial para proteger nossas águas, animais e plantas. É um movimento que precisa ser fortalecido nas nossas comunidades e em todo o estado”, afirmou.
A mobilização contou também com o apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), representada pelo engenheiro florestal Eduardo Santana, que destacou o papel crucial da juventude na construção dessa política pública. Segundo ele, envolver jovens é fundamental para preservar a segurança alimentar e fortalecer o legado das comunidades indígenas, quilombolas e tradicionais.
Outra liderança presente, Laelson Ribeiro de Souza, quilombola e coordenador da COEQTO, destacou o impacto histórico da iniciativa para as comunidades quilombolas, que vivenciam a agroecologia em seu cotidiano. Ele reforçou a necessidade de uma mobilização social ativa para que a proposta avance nas esferas governamentais.
A proposta de política pública elaborada pela ATA beneficiará agricultores familiares, povos indígenas, quilombolas e quebradeiras de coco, combatendo o uso de agrotóxicos e promovendo a segurança alimentar. A articulação também visa fortalecer a educação no campo, com práticas que valorizem os saberes locais e incluam os jovens na construção de uma agroecologia transformadora.
No Bico do Papagaio, a mobilização segue forte com as entidades locais, que vislumbram na agroecologia uma ferramenta fundamental para garantir a sustentabilidade e o bem-estar das comunidades, promovendo um futuro mais justo e equilibrado.