O incêndio florestal de grandes proporções que atingiu a zona rural de São Miguel, na região do Bico do Papagaio, no último sábado, 31, deixou um rastro de destruição. O fogo atingiu uma extensão de pelo menos 13 quilômetros, destruindo pastagens, propriedades e ceifando a vida de animais silvestres. O impacto foi devastador para moradores de dois povoados, que perderam suas casas e viram animais carbonizados em meio às chamas.
Edvagno Pereira De Araújo, gerente de uma das fazendas afetadas, expressou a angústia da situação. “Nós temos mais de 2 mil cabeças de gado andando nas cinzas, porque tudo foi consumido em chamas. São mais de 50 pastos, todos queimados. Eu tenho 17 anos aqui dentro, e nunca tinha visto isso aqui,” relatou. O gado, sem pasto para se alimentar, está desnorteado e vagando por terras agora cobertas de cinzas.
O incêndio que afetou severamente os povoados de Imbiral e Sete Barracas, onde casas foram destruídas.
Além dos prejuízos materiais, a fauna local sofreu um duro golpe. Animais silvestres, como preguiças e coelhos, foram gravemente feridos ou mortos. No fim de semana, duas preguiças foram cercadas pelo fogo; uma delas ficou carbonizada, enquanto a outra foi resgatada por moradores, mas com muitos ferimentos. Esta preguiça, juntamente com um coelho, está recebendo tratamento em uma clínica veterinária. O veterinário Leonardo Moreira de Oliveira, que está cuidando dos animais, destacou as dificuldades do resgate, especialmente em relação à alimentação. “A maioria dos animais selvagens não come ou come muito pouco quando são resgatados”, explicou.
A origem do incêndio ainda é desconhecida, mas as autoridades locais estão concentrando todos os esforços para controlar os focos remanescentes e prestar apoio às vítimas. A recuperação do ambiente devastado e o destino dos animais resgatados continuam incertos, com a expectativa de que, quando possível, eles sejam reintroduzidos em seu habitat natural ou encaminhados para órgãos apropriados.