As audiências de conciliação entre movimentos sociais e donos de fazendas começaram nesta segunda-feira, 7, como parte da programação do I Mutirão Fundiário, que acontece em Marabá, sudeste paraense. A ação, coordenada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), tem como objetivo reduzir os conflitos agrário do Brasil em mais de 10% ao ano.
A expectativa é agilizar o cumprimento dos mandados de reintegração de posse na região de forma pacífica. Os trabalhos de conciliação começaram por Marabá porque o município tem o maior número de casos de violência no campo. Hoje, as audiências tratam da desocupação de seis fazendas das regiões nordeste e sudeste paraense.
A primeira audiência tratou sobre a ocupação na fazenda Araguaia. A área está localizada no município de São João do Araguaia, no sudeste paraense. Cerca de 111 famílias, ligadas a Federação dos Trabalhadores da Agricultura, ocupam parte da fazenda desde 2004. A Justiça já cumpriu dois mandados de reintegração de posse no local, mas a propriedade foi ocupada novamente.
As ocupações nas fazendas Rainha, Mandaraí, Viscaya, Pioneira e Betânia também foram discutidas nas audiências. Na terça-feira, 8, será a vez da conciliação com as partes envolvidas nos conflitos das fazendas Aras Santo Elias, Brlataf, Maria Bonita, Fortaleza e Caroço do Olho.
O último dia de audiências, quarta-feira, 9, está reservado para as fazendas Cedro, Retiro Porto Rico, Couraça, São João e Retiro. Essas fazendas estão localizadas nos municípios de São João do Araguaia, Itupiranga, Dom Eliseu, Marabá, Bom Jesus do Tocantins, Eldorado dos Carajás e Breu Branco e envolvem cerca de 575 famílias. A expectativa é de que em, pelo menos, metade das audiências, haja sucesso e consiga se chegar a um consenso.
De acordo com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), as famílias que deixarem as fazendas pacificamente serão levadas para uma área de 1.500 hectares. O Incra também vai criar quatro assentamentos com capacidade para 234 famílias. (Portal ORM)




