Publicidadespot_imgspot_imgspot_imgspot_img
sexta-feira, dezembro 5, 2025
Publicidadespot_imgspot_imgspot_imgspot_img
Publicidadespot_imgspot_imgspot_imgspot_img

TOCANTINS: Aids têm alta de 130% em 2009 comparado a 2008

Noticias Relacionadas

O número de casos de Aids notificados no Estado em 2009 (até este mês) cresceu 130% na comparação com 2008. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), houve notificação de 270 casos este ano ante 117 no ano passado. Hoje, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, diversas entidades e órgãos públicos realizam mobilizações.

O tema escolhido pelo Ministério da Saúde (MS) para a campanha – Viver com Aids é possível. Com o preconceito não – aborda o preconceito e a discriminação, que, de acordo com entidades que trabalham na área, ainda é um problema para as Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA).

Ao todo, segundo dados da Sesau, entre 1989 e outubro 2009, foram notificados 1.171 casos de Aids em adultos residentes no Tocantins. Destes, 719 (61,4%) são do sexo masculino e 452 (38,6%) são do sexo feminino. A relação homem/mulher é de 1,59. Entre 1989 e 2009 (outubro) foram notificados 38 casos de Aids em crianças residentes no Estado. Sendo que 14 (36,8%) são do sexo masculino e 24 (63,2%) são do sexo feminino. O número de gestantes com HIV entre 2001 e 2009 foi de 207.

Palmas, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), está em último lugar entre as capitais em número de novos casos de HIV/Aids. A capital tocantinense registrou 10,7 casos de contaminação para cada grupo de 100 mil habitantes, quase 10% menor que os índices de outras capitais brasileiras.

De acordo com dados do MS de 1980 a junho de 2009, foram registrados 544.846 casos de Aids no Brasil. Durante esse período, 217.091 mortes ocorreram em decorrência da doença. Por ano, são notificados entre 33 mil e 35 mil novos casos de Aids. Em relação ao HIV, a estimativa do ministério é de que existam 630 mil pessoas infectadas no Brasil.

De acordo com o MS, a incidência de casos nos municípios com menos de 50 mil habitantes dobrou, revelando o que o ministério destaca ser a interiorização dos casos. Em 1997, a taxa nas cidades com menos de 50 mil habitantes era cerca de oito vezes menor do que a registrada nas cidades com mais de 500 mil pessoas. Em 2007, essa relação caiu para três vezes.As estatísticas do MS apontam que na região Norte e Nordeste a tendência é de crescimento do número de casos, enquanto nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, tende a se estabilizar.

De acordo com o diretor técnico do Núcleo Henfil em Palmas, Alexandre Janotti, as causas para o aumento são duas: o aumento da oferta de exames de aids e ainda o avanço da epidemia. O Henfil é um centro de serviço de atenção especializada e centro de testagem onde há diagnóstico e aconselhamento através de testes rápidos. “O nível de imunodeficiência é muito alto porque as pessoas descobrem que têm aids quando a doença começa a se manifestar. A epidemia está avançando.”

Caso

Há 12 anos convivendo com HIV, um entrevistado que não quis se identificar aponta que sua rotina é bem sofrida. “Tenho que ter disciplina, horário para tomar remédio, não posso atrasar. É preciso alimentar na hora certa, os remédios causam muitos efeitos colaterais que você tem que estar atento”. Ele conta que por um lado tem pessoas que não se espantam quando ficam sabendo que é soropositivo. “Mas por outro lado, quando descobriram que eu era portador tentaram me transferir no trabalho. Mas demonstrei que tenho os meus direitos e que sabia bem que não podiam fazer isso.”

Para o presidente do Associação Grupo Ipê Amarelo Pela Livre Orientação Sexual (Giama) e coordenador geral do Fórum Ong Aids do Tocantins, Silvânio Mota, a interiorização da contaminação com o vírus é real. “Podemos ver isso pelo fato da região do Bico do Papagaio apresentar maior incidência. No Tocantins, só tem três municípios que recebem incentivos do Ministério da Saúde”. Conforme Mota, não há preocupação dos gestores municipais de pequenas cidades com a Aids. “Só fazem o mínimo que é distribuir preservativos. Faltam mais ações do governo, leis que proíbam a discriminação. E as pessoas devem assumir que são soropositivo e lutar pelos seus direitos.”

Em Palmas está marcado um grande ato público para o qual são esperadas mil pessoas às 8 horas, com concentração na avenida Araguaia, ao lado da Unidade de Saúde da Família (USF) Liberdade, próximo à Praça Santo Antônio, no Jardim Aureny III. As 34 USFs da Capital, de acordo com a Semus, devem desenvolver atividades de prevenção com distribuição de insumos. Deve acontecer ainda mobilização na Escola Técnica Federal. No dia 3, às 9 horas, a mobilização será na Universidade Federal do Tocantins (UFT) e, no dia 4, acontecem atividades com trabalhadores em empresas. (JT – Eduardo Lobo)

- Advertisement -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
- Advertisement -

Ultimas noticias