“A segunda maior cidade do Estado está há vários anos sem realizar perícias médicas e os araguainenses doentes, que não podem trabalhar, têm saído para conseguir atendimento em cidades vizinhas menores”. Essa foi a afirmação do deputado estadual Marcus Marcelo (PL) ao apresentar o requerimento nº 134, na última semana, para o retorno do atendimento médico no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) de Araguaína, no norte do Estado.
O documento, apresentado em caráter de urgência à presidência da Assembleia Legislativa do Tocantins, foi encaminhado ao presidente do INSS, Glauco André Fonseca, e para o superintendente regional do Trabalho no Estado do Tocantins, Celso Cezar da Cruz.
De acordo com o deputado, as perícias dos segurados de Araguaína estão sendo realizadas em cidades como Colinas e Tocantinópolis devido à ausência de médico perito. “É um transtorno para a nossa população, precisamos retornar com médicos para que os atendimentos sejam realizados na cidade”.
Longa espera
Marcus Marcelo ainda enfatizou no documento o longo prazo de espera para as perícias marcadas. “Muitos atendimentos estão com data para o final do ano. Uma pessoa enferma, que não pode trabalhar, tem que esperar vários meses para conseguir fazer a perícia e, se passar a receber o benefício, ficando, portanto, sem receber por vários meses, dependendo de ajuda de familiares, como tem sido relatado por segurados”.
O parlamentar também citou o custo dos segurados com o deslocamento. “O prejuízo é imenso, os segurados mesmo doentes se deslocam para cidades vizinhas. Os advogados já realizaram diversas reclamações e mesmo assim o pedido não foi atendido”.
Dificuldades
A moradora Vilani Herculano, de 50 anos, foi diagnosticada com trombose em 2021 e está com a segunda perícia agendada para agosto na cidade de Estreito, no Maranhão, a 122 km de Araguaína.
Sem receber o benefício, ela conta que enfrenta dificuldades para se manter e comprar as medicações. “Já é a segunda vez que tenho que ir a outra cidade para fazer a perícia depois que adoeci. As medicações são caras, tem sido difícil comprar e acabo tendo que fazer faxina mesmo sentindo dores”. (Thatiane Cunha)