Em cinco anos, circularão nas estreitas e mal planejadas ruas de Belém mais de meio milhão de veículos. A projeção, baseada no ritmo de emplacamento de automóveis e nos registros do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), indica que os engarrafamentos que se formam hoje nas principais avenidas serão maiores e mais constantes do que são, obrigando os motoristas a exercitar mais a paciência. O descompasso entre o crescimento acelerado da frota e a lentidão com que são executadas obras de infraestrutura de tráfego projeta, para Belém, um futuro nada promissor. Sem intervenção, o trânsito na capital, no aniversário dos 400 anos, vai parar.
O Ação Metrópole, o maior projeto de transportes já pensado para a capital, entrará em suas fases finais, caso sejam cumpridos todos os cronogramas de obras e liberação de recursos, em 2014. Esta é a data para o início das operações do sistema troncal de ônibus, modelo semelhante ao da cidade de Curitiba, no Paraná. O novo sistema, que começou a ser implantado há dois anos pelo governo do Estado, tem potencial para aliviar o trânsito na capital.
Em si, o modelo que utiliza ônibus biarticulados em canaletas exclusivas aliviará a sobrecarga nas grandes vias da capital (rodovias Augusto Montenegro e BR-316 e avenida Almirante Barroso), diminuindo a concentração dos ônibus comuns em direção ao centro. Mas o impacto mais esperado do projeto é o de comportamento. Um sistema mais eficiente de transporte público tende a diminuir os deslocamentos em veículos particulares, hoje, os maiores responsáveis pelo nó do trânsito de Belém. (O Liberal)




